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Mães sofrem com creches distantes e falta de vagas em Rio Preto

Mães que precisam deixar os filhos em creches em São José do Rio Preto (SP) sofrem com a distância entre a casa onde moram e a escola, além de não ter vaga

Mães sofrem com creches distantes e falta de vagas em Rio Preto
Mães sofrem com creches distantes e falta de vagas em Rio Preto

Redação Publicado em 26/05/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h33


Mães que precisam deixar os filhos em creches em São José do Rio Preto (SP) sofrem com a distância entre a casa onde moram e a escola, além de não ter vaga suficiente para todas as crianças. Com a distância, surge outra dificuldade: falta transporte para levar as crianças.

A dona de casa Claudilainde Cristina Vieira levanta cedo para levar o pequeno Wenzell para a creche. Ela mora no residencial Solidariedade, só que a creche mais próxima fica em outro bairro, a Estância Santa Clara e o problema é que eles têm que ir a pé.

“Não é perto, e além disso, em muitos trechos não tem calçadas e tenho de andar com o carrinho na rua mesmo”, afirma.

Em algumas ruas, há muita terra nas laterais da via, o que dificulta passar com o carrinho e pode até trazer problemas respiratórios para o Wenzell. Depois de quase 40 minutos de caminhada, ela chega à creche da Estância Santa Clara. Depois de deixar o filho, a Claudilaine tem que fazer todo o caminho de volta e no fim da tarde repetir tudo, mais uma vez.

A mesma situação é compartilhada por várias famílias que moram no residencial Solidariedade. A falta de transporte não é o único problema de quem precisa levar o filho pra creche em Rio Preto.

A doméstica Viviane Soares sofre pela falta de vaga em unidades que funcionam em período integral. Ela mora no bairro Santo Antônio, na zona norte, e a creche que fica no bairro só abre meio período. O jeito que ela encontrou foi pagar R$ 300 por mês para uma pessoa cuidar da filha depois do horário da creche, mas o dinheiro faz falta.

“Eu tenho de pagar alguém para ficar de olho nela a tarde, e isso fica caro, acaba pesando no fim do mês e o meu dinheiro é o único que entra em casa”, afirma.

No caso da faxineira Andréia Germano, a situação é ainda pior. A mamãe de primeira viagem vai ter que voltar a trabalhar como faxineira daqui a um mês. Ela não tem parentes em Rio Preto, e não conseguiu vaga em nenhuma creche para deixar a filha. Desesperada, recorreu ao Ministério Público, para tentar garantir esse direito. “Estou desesperada porque a fila de espera é longa, e não tem com quem deixar”, afirma.

A prefeitura e o Ministério Público fizeram um TAC, um Termo de Ajustamento de Conduta, que estabelece alguns perfis de quem tem prioridade na hora de conseguir uma vaga nas creches em Rio Preto. “A questão da renda é focada como critério objetivo, as pessoas com menor renda será prioridade, além de quem tem irmãos, e crianças com deficiência. Se não der para atender na integralidade todas as crianças, essas serão prioritárias”, afirma o promotor André Luís de Souza.

Segundo a prefeitura, no caso de Claudilaine, a escola mais próxima do residencial Solidariedade é a creche que a criança está matriculada, porém a mãe tem direito ao passe acompanhante e deve solicitar na Secretaria da Escola. No residencial Solidariedade há espaço para a construção de escolas e já está em andamento os estudos e planejamentos para as obras.

Já no caso da Viviane, a prefeitura disse que foi disponibilizada vaga para o integral na creche do bairro Cidadania com oferta de passe acompanhante para a mãe, porém a mãe não aceitou a oferta, está na lista de espera para o atendimento na unidade escolar mais próxima.

No caso da Andreia, a mãe já fez o cadastro no Poupatempo, porém é necessário aguardar a criança completar quatro meses para que entre na lista de oferta das vagas. A legislação segue o período da licença maternidade, entendendo que até os quatro meses é direito da criança estar com a mãe.

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