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Mãe solo, 7 filhos, apoio em meio a 3 lesões: os desafios da mãe de Rebeca Andrade para manter a filha na ginástica

"Durante muito tempo, as pessoas disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes. E a gente vê hoje, a primeira medalha é de uma menina

Mãe solo, 7 filhos, apoio em meio a 3 lesões: os desafios da mãe de Rebeca Andrade para manter a filha na ginástica
Mãe solo, 7 filhos, apoio em meio a 3 lesões: os desafios da mãe de Rebeca Andrade para manter a filha na ginástica

Redação Publicado em 30/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h32


“Durante muito tempo, as pessoas disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes. E a gente vê hoje, a primeira medalha [da ginástica olímpica feminina brasileira] é de uma menina negra. Tem uma representatividade muito grande atrás de tudo isso”, disse em lágrimas a ex-ginasta Daiane dos Santos na quinta-feira (29/7), durante a transmissão da prata conquistada nos Jogos Olímpicos por Rebeca Andrade, de 22 anos.

“É uma mulher, uma menina que veio de uma origem muito humilde, foi criada por uma mãe solo como a dona Rosa — porque o pai da Rebeca é vivo, mas não é presente na vida dela —, aguentou tudo que ela aguentou, todas as lesões, e está aí hoje, para ser a segunda melhor atleta do mundo. Uma brasileira.”

A emocionante fala de Daiane, ela mesma uma mulher negra e a primeira medalhista do Brasil em Mundiais da ginástica, trouxe para os holofotes uma outra figura feminina forte: Rosa Santos, mãe orgulhosa da ginasta Rebeca Andrade.

Empregada doméstica e mãe solo de sete filhos em Guarulhos, na Grande São Paulo, dona Rosa apoiou o talento da filha desde cedo.

“Muitos me criticaram na época, porque logo aos 9 anos ela [Rebeca] foi morar fora, foi se dedicar aos treinos”, disse a mãe, em entrevista ao portal UOL.

“Diziam ‘você é doida de deixar sua filha ir embora’. Mas eu tive a sabedoria e a mente aberta para deixá-la seguir seus sonhos. Eu deixei que ela voasse atrás de um objetivo. Deixando também claro que se não desse certo, as portas de casa sempre estariam abertas para ela. Hoje eu vejo que agi certo, por ter ouvido o meu coração.”

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BBC

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