A mãe de Yago Mesquita Delfino, de 25 anos, acusa policiais militares de terem executado o jovem durante uma ação ocorrida na noite da última segunda-feira,
Redação Publicado em 01/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h24
A mãe de Yago Mesquita Delfino, de 25 anos, acusa policiais militares de terem executado o jovem durante uma ação ocorrida na noite da última segunda-feira, em Anchieta, na Zona Norte do Rio. Segundo a mulher, que terá o nome preservado, Yago foi atingido por um disparo durante um tiroteio e tentava se abrigar perto de uma lixeira quando um PM se aproximou e perguntou onde estava a arma.
“Meu filho negou que estivesse armado. O policial atirou mais duas vezes. Sei que uma das balas atingiu o ombro dele de cima para baixo. É uma revolta muito grande”, contou ela.
De acordo com a mãe, havia saído para comprar cigarro, por volta das 23h. O único lugar aberto ficava uma rua onde funciona uma boca de fumo, informou a mulher:
“A polícia chegou e fez um cerco. Meu filho, além de baleado, também foi agredido”.
A mãe disse que ao chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, para onde Yago foi levado, soube que ele havia dado entrada na emergência como um “homem não identificado”. Ela disse que o rapaz estava sem documentos, relógio, celular e roupas.
“Deixaram ele como um João Ninguém”, lamentou.
Na 27ª DP (Vicente de Carvalho), a mulher encontrou a identidade do filho, que teria sido levada por um PM envolvido na ação:
“Como ele deu entrada como um homem não identificado no hospital se estavam com a identidade dele? Não tem explicação para isso”, defendeu.
As roupas de Yago foram localizadas mas, de acordo com a mãe, o relógio e o celular continuam desaparecidos.
“Nós fizemos um rastreamento do GPS do telefone quando fomos no local onde tudo aconteceu. O celular estava lá. Mas não conseguimos descobrir com quem”, – afirmou a mulher.
Ela fez um desabafo sobre o que aconteceu e disse que o PM que atirou em seu filho deve “botar a mão na consciência”:
“Ele tem que tratar a farda como uma coisa decente”.
O enterro de Yago – que, segundo a mãe, trabalhou com carteira assinada até novembro do ano passado e atualmente procurava empregos e fazia obras – será nesta quarta-feira, às 15h, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque. O rapaz era casado e não tinha filhos.
A Polícia Militar foi procurada, mas ainda não enviou posicionamento sobre a ação em que Yago foi morto. A assessoria de imprensa da Polícia Civil também foi procurada para comentar sobre o andamento da investigação da 27ª DP (Vicente de Carvalho) a respeito do que ocorreu, mas também ainda não se pronunciou.
iG
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