O sentimento descrito faz parte da rotina de Gabi Santos, ala do Basquete Campinas, mas é o mesmo de tantas outras mulheres em todo o mundo. É também a
Redação Publicado em 09/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h09
“Você está treinando e pensa: não vejo a hora de estar com o meu filho. Será que falta muito para ir embora? Que hora será que vai acabar?’.
O sentimento descrito faz parte da rotina de Gabi Santos, ala do Basquete Campinas, mas é o mesmo de tantas outras mulheres em todo o mundo. É também a síntese de uma busca por realizar dois sonhos de uma só vez: ser mãe e, ao mesmo tempo, uma grande profissional.
Para celebrar o Dia das Mães, o ge conversou com a atleta sobre os desafios de conciliar a maternidade e a carreira. Mãe do pequeno Henry, de apenas dois anos, ela detalhou o dia a dia e revelou que a gestação não veio em um momento exatamente planejado.
– Pensava em ter ele ainda durante a minha carreira. Treinar por um tempo, depois parar [para ter o filho] e depois voltar de novo. Mas não foi nada como eu planejei. A gente fica na cabeça em como vai ser. Às vezes vemos outras atletas, e parece que, para elas, é tranquilo. Eu sofri bastante. Na época eu estava um pouco no meu auge, jogando no Ituano, daí aconteceu tudo – disse.
Foram três anos longe das quadras antes que ela encarasse a missão de ter que dividir seu tempo entre os treinos, os jogos e o filho.
Aos 25 anos e única mãe no elenco do Campinas, Gabi reconhece que nem sempre consegue dar ao filho a atenção que gostaria, mas diz que sempre “guarda” um pouco da disposição para conseguir brincar com ele.
A jogadora conta ainda que o tempo longe de casa é grande, o que às vezes a impede de vê-lo acordado alguma vez no dia. Mas quando não pode estar cuidando do menino, quem a socorre é a avó, que mora junto com ela, ou até mesmo uma tia.
Mesmo diante das dificuldades, Gabi cita as partes boas da rotina.
– É um tempo muito curto que a gente tem, e ele sente minha falta. Ele ainda mama, então a falta é maior ainda. Mas é uma coisa gostosa. Você está treinando e pensa: ‘não vejo a hora de estar com o meu filho. Será que falta muito para ir embora? Que hora será que vai acabar?’. É desse jeito. E, às vezes você está aqui, tão cansada, que você fala ‘preciso treinar um pouco, preciso de um tempo para mim’.
De olho no futuro, Gabi sonha ainda com o momento em que essa rotina seja diferente, e o filho, em vez de ficar em casa, a acompanhe nos treinos para, quem sabe um dia, seguir os passos da mãe.
– Sonho muito, queria muito. Ele adora, tem a roupinha do time. Se coloca nele, ele já não quer mais tirar. Quando tem jogo, minha mãe coloca para ele assistir, ele já sabe as coisas. Sonho muito em ver ele indo comigo nos treinos, treinando comigo, eu ensinando as coisas para ele do basquete. Acho que, para uma mãe atleta, é muito gratificante ver os filhos seguindo os passos.
Por fim, Gabi Santos deixou um recado para as atletas que sonham em ser mãe, mas que temem prejudicar o prosseguimento da carreira.
Se recuperando de uma lesão nas costas, Gabi corre contra o tempo para participar da boa campanha que o Basquete Campinas faz na Liga de Basquete Feminino (LBF). A equipe venceu cinco dos sete jogos que realizou até agora durante a primeira fase e ocupa as primeiras posições da tabela, com 12 pontos.
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Fonte: Ge – Globo Esporte.
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