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Mãe celebra ‘renascimento’ da filha baleada por colega e pede que ‘Deus ilumine coração’ do atirador

A professora Lia Nunes Fleury, mãe da estudante Lara Fleury Borges, 14, baleada por um colega dentro do Colégio Goyases, divulgou uma carta na manhã desta

Mãe celebra ‘renascimento’ da filha baleada por colega e pede que ‘Deus ilumine coração’ do atirador
Mãe celebra ‘renascimento’ da filha baleada por colega e pede que ‘Deus ilumine coração’ do atirador

Redação Publicado em 24/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 13h43


A professora Lia Nunes Fleury, mãe da estudante Lara Fleury Borges, 14, baleada por um colega dentro do Colégio Goyases, divulgou uma carta na manhã desta terça-feira (24) para falar sobre a recuperação da filha. A garota está internada no Hospital dos Acidentados, em Goiânia, e saiu na sacada para avisar que está “bem”. Na mensagem, a mulher celebra o “renascimento” da filha após o ataque e pede que “Deus ilumine o coração” do adolescente que efetuou os disparos, ferindo outros três estudantes e matando dois.

Na carta, Lia diz que “só tem a agradecer” por ter a possibilidade de estar com sua filha novamente e lamenta que os pais dos outros alunos feridos não tenham a mesma “sorte”. Ela também diz sentir pelas crianças que tiveram a vida marcada por uma “cena de horror”.

“Sou mãe da Lara, jovem que nasceu há 14 anos e renasceu há 5 dias”, diz o texto.

Na área de educação há 22 anos, Lia diz que sempre “abominou qualquer forma de discriminação” e revela que também foi vítima de bullying, assim como alegou o atirador ao ser apreendido. Por isso, afirma, “sempre combati esse mal”.

Lara Fleury foi baleada por colega dentro da escola, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Lara Fleury foi baleada por colega dentro da escola, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Por fim, Lia pede proteção de Deus ao adolescente que “dilacerou tantas famílias”.

“Que lhe conceda o arrependimento verdadeiro para que ele seja capa de dimensionar o ‘estrago’ que sua insensatez causou na vida da ‘família Goyases'”, conclui.

Minutos após Lia ler a carta na entrada do hospital, a própria Lara saiu na sacada do quarto onde está internada. Ao lado dos pais, ela acenou e disse: “Estou bem, podem ficar tranquilos”.

 Mãe celebra 'renascimento' da filha baleada por colega e pede que 'Deus ilumine coração' do atirador (Foto: Vinícius Inácio / Arte TV Anhanguera)

Mãe celebra ‘renascimento’ da filha baleada por colega e pede que ‘Deus ilumine coração’ do atirador (Foto: Vinícius Inácio / Arte TV Anhanguera)

Outros feridos

Lara é a única das feridas que está no Hospital dos Acidentados. Outras duas colegas estão no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Tanto Marcela Rocha Macedo, que completa 14 anos nesta terça-feira, quanto Isadora de Morais, também de 14, têm quadro clínico considerado regular.

O único ferido que já teve alta foi Hyago Marques, de 13 anos, no domingo (22). Já em casa, ele afirmou que perdoa o colega autor dos disparos, mas que “nada justifica a reação dele”.

No ataque, morreram os estudantes João Pedro Calembro e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos. O pai de João Pedro disse que perdoa o atirador.

João Pedro (à esquerda) e João Vitor foram mortos a tiros durante ataque em escola (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

João Pedro (à esquerda) e João Vitor foram mortos a tiros durante ataque em escola (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Tiros

O crime aconteceu no fim da manhã de sexta-feira (20) em uma sala de aula do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia. Os tiros foram disparados no intervalo entre duas aulas.

Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, o autor dos tiros disse que sofria bullying de um colega e, inspirado em massacres como o de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, decidiu cometer o crime. Filho de policiais militares, ele pegou a pistola .40 da mãe e a levou para a unidade educacional dentro da mochila.

O pai do adolescente prestou depoimento à polícia e negou que soubesse que o filho sofria bullying. Ele disse, ainda, que nunca ensinou o filho a atirar e que ele pegou a arma descarregada sobre o guarda-roupas e a munição em uma gaveta trancada após procurar e achar as chaves.

O aluno, que estava apreendido na Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai), foi transferido para um centro de internação onde irá cumprir a decisão de internação provisória expedida pela Justiça.

Estudante que atirou contra a turma deixa delegacia em Goiânia (Foto: Vitor Santana/ G1)

Estudante que atirou contra a turma deixa delegacia em Goiânia (Foto: Vitor Santana/ G1)

O que se sabe até agora:

Veja a sequência dos fatos:

  • Colegas relatam que ouviram um barulho
  • Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando
  • Alunos correram para fora da sala de aula
  • O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a parar de atirar
  • O estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais
 (Foto: Arte/ G1)

(Foto: Arte/ G1)

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