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Mãe busca na Justiça repatriar filha levada por pai americano para os Estados Unidos

Uma mãe, moradora de São José do Rio Preto (SP), entrou com uma ação na Justiça para tentar trazer a filha de volta dos Estados Unidos. A criança tem um ano e

Mãe busca na Justiça repatriar filha levada por pai americano para os Estados Unidos
Mãe busca na Justiça repatriar filha levada por pai americano para os Estados Unidos

Redação Publicado em 29/06/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h40


Casal se conheceu em São José do Rio Preto (SP), onde rapaz veio jogar futebol americano. Mãe deixou filha ir conhecer avós paternos com a esperança de ir para lá também.

Uma mãe, moradora de São José do Rio Preto (SP), entrou com uma ação na Justiça para tentar trazer a filha de volta dos Estados Unidos. A criança tem um ano e foi para o país com o pai há seis meses.

A menina foi com o pai, americano, para o Texas conhecer os avós paternos. Segundo Dajna, o combinado com o pai era de que a jovem também fosse para lá.

Os dois se conheceram em São José do Rio Preto (SP), onde o rapaz jogava futebol americano por um time da cidade.

“Como eu não consegui o visto, depois de duas tentativas, ele queria levar nossa filha para conhecer os avós, os pais dele. O combinado foi esse, eu a deixei ir porque eu estaria lá em três meses. Três meses dá para aguentar e eu poderia ir”, afirma.

Mas até agora ela não conseguiu o visto para entrar nos Estados Unidos por dois motivos: o primeiro é que como ela tem uma filha com americano, o consulado não concede visto de turista. A alternativa seria conseguir o visto de noiva, já que eles moravam juntos.

Mas só depois de saber dessa possibilidade, Dajna descobriu que o companheiro foi casado nos Estados Unidos e ainda não fez o divórcio.

“Fui descobrir isso até no ano passado, a gente já estava junto, já tinha filho, ele tinha explicado que não fez o divórcio porque lá é muito caro e tinha toda burocracia, mas que não tinha nada mais com ela”, afirma a mulher.

Mesmo assim, Dajna autorizou que a filha viajasse com o pai. Em um vídeo, gravado pelos avós maternos, mostra a despedida no dia do embarque (veja vídeo acima).

Segundo Dajna, depois que Jaylen chegou em território americano, ele terminou o namoro e agora se recusa a trazer a menina de volta.

Jaylen conversou com a TV TEM por chamada de vídeo. Ele negou que teve a intenção de enganar a ex-companheira e disse que pretende levar Dajna para viver no Texas.

“O plano é trazer Dajna para a América. Assim que possível, mas não dá para colocar uma data, porque na América as coisas não funcionam assim. Trazer alguém legalmente para o país leva tempo, fica caro”, diz o americano.

Em mensagem de texto que mandou para Dajna, um dia antes de dar entrevista para a TV TEM, Jaylen foi enfático. “Eu não estou tentando voltar para o Brasil porque você está ameaçando me levar à Justiça e tomar a menina e provavelmente você não vai deixá-la voltar pra cá”.

Dajna, mãe da criança, está no Brasil e quer reaver a guarda da criança (Foto: Reprodução/TV TEM)

Dajna, mãe da criança, está no Brasil e quer reaver a guarda da criança (Foto: Reprodução/TV TEM)

Caso na polícia

A disputa foi parar na polícia quando a mãe fez um boletim de ocorrência – não criminal – pedindo a garantia dos direitos da guarda da criança. A advogada da mãe da criança também fez uma representação junto ao Departamento Americano para assuntos consulares, pedindo assistência para repatriação da menina.

O Itamaraty se manifestou a respeito do caso e disse que uma convenção, chamada de Convenção de Haia, do qual o Brasil é signatário, é muito clara e diz que a guarda da criança deve ser decidida no país de origem, e não de acordo com a vontade do pai.

Portanto é a justiça brasileira quem vai determinar se a criança vai ficar com o pai lá nos Estados Unidos, ou no Brasil com a mãe.

Bem estar da criança

Para o juiz da Vara da Infância e Juventude de Rio Preto, Evandro Pelarin, independentemente se o caso vai ser julgado no Brasil ou nos Estados Unidos, o que vai ser levado em conta é o bem estar da criança.

“A lei internacional sobre o assunto, alega o interesse da criança, o interesse superior da criança. Então a indagação que vai ser feita lá e com certeza a daqui, é o melhor interesse da criança. Esse é o primeiro ponto se não houver acordo entre eles”, diz o juiz.

Mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência do caso (Foto: Reprodução/TV TEM)

MÃE CHEGOU A REGISTRAR UM BOLETIM DE OCORRÊNCIA DO CASO (FOTO: REPRODUÇÃO/TV TEM)

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