Diário de São Paulo
Siga-nos

Luciano Szafir: Ligia e Eu

Luciano Szafir

Luciano Szafir: Ligia e Eu
Luciano Szafir: Ligia e Eu

Redação Publicado em 29/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h01


Ligia e Eu

Luciano Szafir

Uma vez ouvi de um amigo que a escritora Lygia Fagundes Telles, conhecida nacionalmente como a dama da literatura brasileira e membro da Academia Brasileira de Letras, quando visitava um estado brasileiro para lançar seus livros, sempre se apresentava à imprensa local da seguinte forma: “Meu nome é Lygia Fagundes Telles e sou uma escritora brasileira.”
Muitos jornalistas questionavam a forma de sua apresentação, pois acreditavam que ela era suficientemente conhecida e a apresentação dispensável. Mas Lygia respondia a todos eles com simplicidade invulgar: o Brasil é um país enorme e ninguém tem a obrigação de me conhecer.
Depois que esse amigo me contou essa história, comecei a observar como as pessoas do meu meio se comportavam e se apresentavam aos outros e percebi rapidamente que a atitude da escritora era de fato importante. Na verdade, revolucionária.
Não importa se você é o ator principal da novela das oito, a modelo mais conhecida do Brasil, o dono da maior rede de supermercados do país ou o maior jogador de futebol da década, ninguém tem a “obrigação” de reconhecer ou saber quem você é.
O exemplo de Lygia Fagundes Telles, que tem atualmente 97 anos, deveria ser seguido por todos nós, não importando o quanto as pessoas possam achar que devam ser reconhecidas de imediato por seus méritos e talentos.
Essa atitude é um tapa na cara do nosso ego e da nossa vaidade. A princípio, pode ser assustador imaginar que um artista, global ou não, depois de tantos esforços e concessões que fazemos na profissão, tenha ainda que se apresentar ao público de forma tão simples. Mas é isso mesmo. Essa atitude ajuda a ter os pés no chão e a divulgar o nosso ofício. Parece simples, mas requer humildade, mais que isso. Requer generosidade.
Todos nós temos uma profissão a ser respeitada e um nome que devemos honrar. Aprendi desde pequeno que mostrar o nosso valor e ética através da profissão que exercemos é sempre o mais correto a fazer.
Dito isso e inspirado na atitude dessa escritora brasileira que escreveu “As Meninas”, “Antes do Baile Verde” e “As Horas Nuas”, apresento-me para vocês, caros e novos leitores: “Meu nome é Luciano Szafir e sou um ator brasileiro”.
Para quem não me conhece, tenho 52 anos. Sim, pode me chamar de um cara de meia-idade. Sou judeu, mas já atuei em uma série bíblica na Rede Record. Sou filho do Gabriel e da Beth Szafir. Sim, é ela mesma, aquela mulher linda e generosa é minha mãe. Tenho três irmãos incríveis, a Alexandra, que morreu de ELA, e que foi uma lutadora e sua morte uma grande perda para todos nós, a Priscilla e o Salomão. Pertenço a uma tradicional família judaica de São Paulo e tenho muito orgulho disso. Fui lutador de jiu jitsu e sempre gostei da disciplina do esporte. Fui modelo nos anos 80, uma década inesquecível e cheia de liberdade. Fui assediado na profissão o que me fez desistir da carreira. Fiz Rebelde, como pai de uma das personagens e o sucesso da série era gigantesco. Tive uma relação com a Xuxa, com quem tive a Sasha, uma filha linda e talentosa. Fiz novelas na Globo, na Record, mas o que gosto mesmo é fazer teatro, onde representei a “Paixão de Cristo em Nova Jerusalém”. Talvez eu seja um “cristeu” e não saiba. Fiz cinema e adoro a telona, virei índio em Goitaca e me surpreendi com a caracterização da personagem. Sou casado com a Luhanna, minha alma gêmea, e que canta muito. Sou pai do David e do Mikael, dois meninos mega-amorosos e que nos enchem de orgulho. Moro no Rio de Janeiro e em fevereiro lanço um canal de bate-papo no YouTube. E agora escrevo quinzenalmente para você, meu caro e novo leitor. Vamos fazer essa viagem juntos?

Luciano Szafir, ator, apresentador e empresário @szafiroficial, agente EMS Pro @_emspro_, assessoria de imprensa Paulo Visani @paulovisani.

Compartilhe  

Tags

últimas notícias