Diário de São Paulo
Siga-nos

Livros de direitos humanos são rasgados na biblioteca da UnB

Livros que contam a história da "luta por direitos humanos" no Brasil foram rasgados na biblioteca central da Universidade de Brasília (UnB). Segundo um

Livros de direitos humanos são rasgados na biblioteca da UnB
Livros de direitos humanos são rasgados na biblioteca da UnB

Redação Publicado em 05/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h51


Livros que contam a história da “luta por direitos humanos” no Brasil foram rasgados na biblioteca central da Universidade de Brasília (UnB). Segundo um servidor do departamento, ao todo, sete obras foram danificadas. O material será levado para a Polícia Federal.

O bibliotecário responsável pela reposição do estoque de livros afirmou, nesta quinta-feira (4) ao G1, que os danos “são muito característicos” e foram identificados em, pelo menos, sete exemplares. O funcionário preferiu manter a identidade em sigilo “por medo de ameaças”.

“O fato vem ocorrendo desde o início do ano. Foi de pouco em pouco. Supomos que foram casos isolados, mas agora reunimos sete livros que sofreram o dano.”

A temática dos livros danificados também chamou a atenção dos servidores. Foram quatro edições da área de direitos humanos, um sobre a história do movimento pagão na Europa e, os demais, da seção de belas artes, sobre o renascimento.

Em nota, a administração da UnB afirmou que vai pedir a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias dos danos e identificar os responsáveis. O comunicado diz que a universidade “repudia quaisquer atos de vandalismo”.

Detalhe de livro de direitos humanos da Biblioteca Cenntral da UnB que foi encontrado rasgado — Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Detalhe de livro de direitos humanos da Biblioteca Cenntral da UnB que foi encontrado rasgado — Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Pistas

Mesmo com a situação tendo sido percebida desde o início do ano, os servidores da biblioteca disseram que só passaram a suspeitar da semelhança entre os casos a partir da reincidência dos danos. A maioria em livros específicos sobre direitos humanos.

Algumas das páginas rasgadas narram o fim do período da ditadura. Mostram, por exemplo, fotos da trajetória de luta social por mais direitos no país.

“Inicialmente começamos a tratar os casos como dano ao patrimônio público, mas desconfiamos que são pessoas que não toleram esse tipo de informação.”

Os responsáveis pela biblioteca dizem que será difícil identificar o autor. As câmeras de segurança não mostram as estantes de onde foram tirados os livros e também não há cadastro de pessoas que entram ou saem do local.

Compartilhe  

últimas notícias