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Libertadores, superstições e até rebeldia do cabelo: Cuca esbanja bom humor após Santos na final

Cuca também "agradeceu" a punição da Fifa que impede o Santos de contratar novos jogadores. Na visão do treinador, o bloqueio levou à descoberta de garotos da

Santos
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Redação Publicado em 14/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 17h36


Técnico diz que escalou o time às 4h da manhã e pede Lucas Veríssimo na Seleção

Um dia depois de levar o Santos à final da Copa Libertadores, o técnico Cuca esbanjou bom humor em entrevista ao vivo no Seleção SporTV (assista no vídeo acima). O treinador interagiu e respondeu perguntas de André Rizek, Galvão Bueno, Pedrinho e Carlos Eduardo Lino.

O bate-papo rendeu, e Cuca falou sobre muitos assuntos: explicou questões táticas, exaltou a campanha do Santos na Libertadores, lembrou histórias de superstições na carreira e falou até sobre a rebeldia do cabelo.

O técnico também revelou que acordou às 4h da manhã no dia da vitória por 3 a 0 contra o Boca para definir a escalação.

– Acordei às 4h e fiquei pensando. Pensamos no Lucas Braga por dentro e Soteldo aberto. Lá (na Bombonera), joguei com Soteldo armando, então devem ter colocado na cabeça isso. O Soteldo fez gol na ponta esquerda para dentro. Lucas Braga jogou de segundo atacante e fez gol de centroavante. Fico feliz – disse Cuca.

– Entendemos o Boca Juniors. O Alison fechou como terceiro zagueiro porque o Boca tem Tevez e Soldano. O Pituca ficou em linha com ele, mas saiu como meia às vezes, como no lance do gol. Por isso não dá para falar em número e esquema certinho. Falaram que o Santos jogou no 5-5-0 contra o Boca. Nunca tinha ouvido falar, mas fiquei pensando à noite e é verdade. Alison fechando como zagueiro e Kaio fechando na meia é um 5-5-0. Eles dão um passo a mais e já é um 4-3-3 – continuou o treinador.

Cuca, técnico do Santos, no jogo contra o Boca — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Cuca, técnico do Santos, no jogo contra o Boca — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Cuca também “agradeceu” a punição da Fifa que impede o Santos de contratar novos jogadores. Na visão do treinador, o bloqueio levou à descoberta de garotos da base que provavelmente não receberiam chance. O Peixe tinha três reforços engatilhados (Elias, Zé Welison e Thaciano), mas não conseguiu registrá-los.

– Não pudemos contratar e por isso eu digo que tudo que Deus faz é bom. Eu poderia não ter acertado em algumas contratações e os nossos jogadores não terem a mesma resposta desses meninos – opinou.

A final da Libertadores está marcada para o dia 30 de janeiro, às 17h, no Maracanã – o rival Palmeiras será o adversário. O próximo compromisso do Santos é neste domingo, contra o Botafogo, pelo Brasileirão, novamente na Vila Belmiro.

Veja os principais trechos da entrevista de Cuca:

Histórias de superstições

– Esse negócio de superstição… Teve uma vez um jogo que o Botafogo foi jogar com o Athletico. Era um jogo muito difícil na Arena da Baixada e a gente precisava vencer. Quando o ônibus parou na entrada do portão, ele não conseguiu entrar de frente, ele foi dar ré e tava a torcida do Athletico toda ali. E eu senti que o time tava frio na preleção. Eu falei pro motorista: “Parou, parou. Nós vamos descer”. E nós descemos no meio da torcida do Athletico, que é meu time. E nós descemos no meio da torcida do Ahtletico e fomos pro vestiário, e aquilo ligou o meu time. Foi 5 a 0 pra nós e os caras entraram com a faca nos dentes.

– Eu tive um time no Botafogo que tinha um duelo decisivo contra o Sport que a gente não tava legal. Aí me veio a ideia do coração de boi. Eu amarrei numa atadura de pano e pendurei o coração do boi no meio do aquecimento na sala, e todo mundo passava, dava um soco, aquela energia. E foi um jogaço, e aquilo a gente levou pra frente.

– Então são coisas que a gente faz, a gente sempre tenta criar alguma coisa pro jogador começar com confiança. Ontem foi o jogo que a gente não precisava sair pro ataque tipo louco, mas eu queria, pra jogar os gringos pra trás e dizer que aqui é a nossa casa, aqui nós mandamos e vamos ganhar. O pessoal tem acreditado muito nisso.

Rebeldia do cabelo

– Imito o seu (Galvão Bueno). Meu cabelo está em momento de rebeldia. Não aceita muito as coisas para frente, então puxo com gel para trás. O cabelo está pequeno, rntão puxo para trás e fica melhor (risos).

Lucas Veríssimo na Seleção

– Eu que ajudei. O Rollo também ajudou, o Ximenes, todo o pessoal. Eu falo com o jogador, com o Cesar Sampaio, com o Tite, que tem um zagueiro que tá pronto aqui. Eu queria ver ele selecionável antes de ele sair, que é uma questão de tempo. Ele é o melhor zagueiro do futebol brasileiro, e eu queria que ele tivesse sido selecionado antes de ser vendido porque o preço era outro, a verdade é essa. E nós precisamos vender o Lucas. Ele é um baita jogador, rápido, vai bem no mano a mano, técnico, bom tempo de bola, com caráter, um jogador completo.

Lado “mais calmo” e salários

– 5.8 né. O tempo passa, a idade chega, a gente vai amadurecendo. Tem horas que a gente não pode pilhar o jogador na hora errada, senão ele vai ser expulso. Ontem era um jogo para tirar isso, nós não sabemos usar isso contra os gringos, então temos que sair da confusão. Ontem quando o Marinho levou o pisão, ninguém entrou pra briga. Ontem foi um dia que a gente dosou bem entre a motivação que o Pelé levou, a torcida, com a mente tranquila pra jogar a partida.

– Eu não falo que estamos com o salário atrasado, e sim que estamos com uma poupança, daqui a pouco os caras vão pagar. A gente tá com um novo presidente, temos que dar tempo pra ele organizar as coisas. Estamos na contramão, o normal no futebol é aquele que tem o investimento maior e o salário na mão. Estamos tendo esse resultado sem esses argumentos.

Preleção de Pelé

– Ontem, quando a gente colocou o Pelé para falar com a gente, o som não chegava muito claro pra todos, o pessoal tirou a bunda da cadeira, esticou o pescoço para ouvir melhor, tamanha a atenção que eles estavam prestando. E quando o Pelé falou que tudo passa pela mão de Deus, foi a coisa mais importante de tudo, ele podia ter falado de tantas coisas, mas ele falou de Deus. E aí vem de encontro com o que a gente pensa também, o que me marcou foi isso, ele falou “tenham fé e acreditem em Deus”.

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GE – Globo Esporte.

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