Por Alexandre Padilha
Redação Publicado em 10/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h33
Por Alexandre Padilha
Algumas capitais do país – como São Paulo e Rio de Janeiro – anunciaram esta semana que estudam a possibilidade de flexibilização do uso de máscara, uma cidade fluminense já determinou o fim do uso. Mas, será que já estamos seguros para desobrigar o uso desse item que possui baixo custo e é comprovadamente eficaz na prevenção da Covid-19?
Com aproximadamente 45% da população brasileira imunizada com duas doses da vacina, especialistas alertam que essa é uma atitude precipitada e que deve ser a última medida a ser abolida. A possibilidade de liberação do uso de máscara só será segura quando tivermos mais controle sobre a pandemia e mais de 70% da população totalmente vacinada, com todas as doses.
A vacinação está caminhando para isso, apesar de estarmos extremamente atrasados na imunização graças a omissão do governo Bolsonaro que não comprou vacinas em tempo hábil. É importante lembrar que o Brasil possui um Programa Nacional de Imunização de excelência internacional e que tem total capacidade de vacinação em tempo adequado. Prova disso são nossas campanhas de imunização contra a gripe H1N1, onde já vacinamos mais de 80 milhões de brasileiros em apenas três meses.
Após quase dois anos de pandemia, o sentimento de busca pela liberdade é extremamente constante em nossa rotina e o desejo de olhar para outras pessoas sem este acessório também, mas precisamos ser racionais e encarar a realidade que ainda atravessa o país. Temos quase 600 mil vidas perdidas em decorrência dessa doença tão traiçoeira. Vale lembrar que países do mundo, como os Estados Unidos, chegaram a flexibilizar o uso de máscara mas tiveram que retroceder na liberação em decorrência da alta transmissão da variante delta.
Sempre defendi a reabertura das atividades nas cidades com critérios rigorosos, claros e seguros para a retomada gradual. Ainda no ano passado, apresentei na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2430/20 que apelidei de “Protege Brasil. Ele é inspirado em experiências internacionais, que priorizam a proteção à vida como algo fundamental para essa previsibilidade da pandemia, assim como a transparência dos dados e a possibilidade do planejamento das ações.
É muito importante que neste momento ainda permaneçamos em alerta e utilizemos estratégias para não metermos os pés pelas mãos. Ainda não é tempo de liberação do uso de máscaras. Não podemos correr o risco de termos variantes resistentes às vacinas contra Covid-19 em circulação. O Brasil e o mundo precisam caminhar juntos no esforço de salvar vidas.
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