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Letalidade de quem?

Por Rodrigo Constantino

Letalidade de quem?
Letalidade de quem?

Redação Publicado em 04/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h23


Por Rodrigo Constantino

Letalidade de quem?

O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou sete das 11 medidas propostas pelo ministro Edson Fachin com o objetivo de combater a letalidade policial em comunidades no Rio de Janeiro. Com isso, o governo fluminense terá 90 dias para elaborar e enviar à Corte um plano de ação para reduzir as mortes provocadas pelas operações da polícia.

Também houve consenso de todos os magistrados na criação de um Observatório Judicial sobre Polícia Cidadã. O equipamento será formado por pesquisadores e representantes do STF, das polícias e de entidades da sociedade civil. Essa decisão não só mostra mais uma intervenção indevida do Supremo, já que a política de segurança pública cabe ao governo do estado, como também denota a visão “progressista” dos ministros sobre a criminalidade, eivada da vitimização da bandidagem. Fachin era simpatizante do MST e de Dilma, não custa lembrar.

Salim Mattar comentou a decisão enaltecendo a “única voz sensata” do STF: “O Ministro André Mendonça estreou no plenário do STF se posicionando contrariamente às rigorosas limitações impostas por Fachin na atuação das forças de segurança pública nas favelas do Rio. Mendonça, um ministro a favor da segurança”.

O avanço supremo sobre governos é um perigo, assim como a mentalidade de que o bandido é uma vítima da polícia. Quer reduzir a letalidade policial? Melhor: quer levá-la a zero? Simples! Basta a polícia não mais subir morros! Deixa logo o território sob o comando do poder paralelo dos traficantes. Tudo na paz!

Há uma pergunta relevante e ausente no debate: letalidade de quem? Não faz sentido colocar em pé de igualdade a vida do policial e a vida do bandido. Cabe constatar o óbvio aqui: há elevada letalidade nesses locais pois a polícia já chega sob forte tiroteio de fuzis. Operações policiais em “comunidades” assim jamais serão como no Leblon, por motivos óbvios e ignorados pelos “pacifistas” dessas ONGs que o STF quer incluir nos planos de segurança.

Vão todos subir as favelas cantando “Imagine” e soltando bolas de sabão – enquanto compram as drogas ilegais que alimentam o tráfico – e tudo será uma maravilha! Parece piada, mas é a premissa dessa turma esquerdista, que demoniza a polícia, chamada de “fascista”. Nos Estados Unidos houve campanha de desmonetizar a força policial, e o resultado foi, claro, o aumento da criminalidade. Mas quem liga para a realidade quando se tem narrativas “fofas” e um STF ativista imbuído dessa visão de mundo?

Ninguém em sã consciência pode comemorar a alta letalidade, ainda mais quando há vítimas de fato, ou seja, gente inocente que morre. Mas qualquer debate sério precisa levar em conta a realidade: traficantes altamente armados metem bala nos policiais, que precisam reagir. Se quem morre é o bandido, isso parece boa notícia, não?

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