A difícil arte de se reinventar dia-a-dia Viver é preciso, mas se reinventar é fundamental. Eu falo isso por experiência própria. A mesmice cansa, enjoa... As
Redação Publicado em 06/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h23
Viver é preciso, mas se reinventar é fundamental. Eu falo isso por experiência própria. A mesmice cansa, enjoa… As pessoas se cansam de você, é natural. O ser humano se desinteressa pelo trivial, pelo óbvio, por aquilo que ele já sabe o que vai acontecer. Por isso, é necessário surpreender, é meio que uma lei de sobrevivência.
Vou citar exemplos pessoais: estava no SBT, segunda maior rede de TV do Brasil, trabalhando para Silvio Santos, que sabia o meu nome, isso já me bastava. Mas eu pedi para sair. Loucura? Sim, talvez. Mas deu certo. Recebi uma proposta da RedeTV mas eu só aceitei porque foi a real possibilidade de fazer algo novo. Não iria pra Redetv para fazer exatamente o que eu fazia no SBT. Pra quê? Fazer mais do mesmo? Vou fazer 45 anos e preciso postergar a minha “durabilidade”. A TV gosta da juventude, da beleza… Mas a RedeTV propôs eu ser diretor executivo de um programa de fofoca. Nunca me imaginei nesse cargo, mas estava ali, diante de mim, a real possibilidade de me reinventar. E lá fui eu.
Se vai dar certo, não sei. O Carnaval, eu acho que deu. O TVFAMA é um grande desafio. É o programa mais antigo da Redetv. Não vai sair do ar nunca.
Outro exemplo: em 2018 eu tive a louca ideia de escrever um livro sobre a Anitta. Nunca me imaginei como escritor. Te falo sinceramente: é a maior furada que eu me meti. Exaustivo, da apuração à divulgação. E não dá retorno financeiro. Vendi 80 mil cópias. Um numero excelente para o Brasil. Aqui, para ser best seller tem que vender mais de 30 mil. Ganhei pouquíssimo dinheiro. Mas… me reinventei. Essa semana, me procuraram para escrever um novo livro. Veja só. Poderia ser uma boa, mas não tenho tempo para nada.
Quando eu fui pra TV, foi justamente para me reinventar e, óbvio, um dia ganhar dinheiro. Ganhava menos de R$ 3 mil como repórter do TVFAMA e já era colunista de jornal. O dinheiro do Fama não mudava minha vida, mas era meu plano B. Recebia 15 mil como colunista, mas na TV estava criando novos laços, novos contatos. E na vida, meu amor, tudo são contatos. Em 2016 me chamaram para fazer freelancer no SBT. Ganharia MENOS que na RedeTV. Fui ganhando menos. Sabia que ali eu ia crescer (e me reinventar). Comecei em outubro ganhando uns 2 mil reais. Em marco fui contratado ganhando 8 mil. Em junho fui convidado do programa Silvio Santos. No dia seguinte, ele mandou dobrar meu salario. Saí do SBT em 2019 ganhando 25 mil. Eu acho que fiz a coisa certa.
Mas no SBT eu descobri que eles não queriam que eu me reinventasse. Sugeri um programa de entrevistas via Facetime que se passa na tela de um computador. Inovador pra TV. Ou pro site do SBT. Cagaram para a minha ideia. Pois bem, antes das pessoas cansarem da minha cara no Fofocalizando, arrumei minhas malas e fui me reinventar.
Hoje eu me orgulho de não ter a imagem associada a nenhuma empresa. Não sou o Leo Dias do UOL, nem o Leo Dias da RedeTV, nem do Fofocalizando. Eu sou apenas o Leo Dias, o fofoqueiro. E isso não tem preço. Boa parte dos profissionais de imprensa só são o que são por conta de suas empresas. A minha empresa sou eu, que vivo me reinventando, que odeio gente óbvia e previsível. Por isso, aguardem… em 2020 virá um novo Leo Dias, em uma nova função.
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