Um dos mortos na Operação Exceptis, realizada pela Polícia Civil do Rio do Janeiro, no dia 6 de maio deste ano, na comunidade do Jacarezinho, zona norte do
Redação Publicado em 24/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h30
Um dos mortos na Operação Exceptis, realizada pela Polícia Civil do Rio do Janeiro, no dia 6 de maio deste ano, na comunidade do Jacarezinho, zona norte do Rio, foi ferido a pouca distância, como indica o laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML). De acordo com o documento, a entrada de um dos projéteis de arma de fogo, com que foi ferido, sugere que o disparo na linha média do corpo tenha ocorrido entre 60 cm e 70 cm. O laudo assinado pelo perito Alberto Jorge de Souza Carvalho indica que o homem de 30 anos teve hemorragia interna, lesão no fígado e no rim.
Esse é um dos 27 laudos feitos pelo IML a que a Agência Brasil teve acesso. A ação deixou 28 mortos, entre eles o policial civil André Farias. Os 27 corpos chegaram a ser levados para os hospitais municipais Salgado Filho, Souza Aguiar e Evandro Freire. Um outro homem foi ferido por seis disparos de arma de fogo. Os laudos indicam ainda que todos eram homens entre 16 e 48 anos e que os ferimentos foram em diferentes órgãos e até nas costas.
Os laudos da perícia feita no dia da Operação Exceptis incluem fotos de casas com marcas de sangue que sugerem o deslocamento de feridos e de ruas da comunidade com grande quantidade de cápsulas de projéteis de arma de fogo espalhadas pelo chão e marcas nas paredes e vidros das janelas.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) que abriu um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) e instituiu uma Força-Tarefa para apurar a operação, informou que as investigações conduzidas pelo grupo “prosseguem com avanços que não podem ser comentados no momento para não prejudicar a apuração das circunstâncias das mortes ocorridas na operação do Jacarezinho. As conclusões serão apresentadas, apenas, ao final das investigações”.
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), “os laudos são compatíveis com o que ocorre em casos de conflito armado em ambientes confinados. Só é possível uma análise técnica após o confronto de todas as provas produzidas, evitando, assim, conclusões precipitadas.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro só vai dar declarações após concluir a análise dos laudos. “A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informa que teve acesso aos laudos e se manifestará após terminar a análise dos mesmos”.
Os parentes e amigos dos mortos acusam a polícia de execução, mas a corporação nega. No dia da ação, a Polícia Civil informou que ela foi deflagrada após denúncias de aliciamento de adolescentes para o tráfico de drogas. Dos 21 mandados de prisão da operação, três foram cumpridos e outros três investigados acabaram mortos.
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Agência Brasil
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