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Laboratório chinês nega ter ligação com Covid-19: “teoria da conspiração”

O vice-diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, cidade chinesa onde a pandemia do Covid-19 começou, negou acusações de que tenha responsabilidade sobre

Laboratório chinês nega ter ligação com Covid-19: “teoria da conspiração”
Laboratório chinês nega ter ligação com Covid-19: “teoria da conspiração”

Redação Publicado em 19/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 14h30


Vice-diretor do Instituto de Virologia diz que algumas pessoas vincularam o laboratório ao surto da Covid-19 porque ele é baseado em Wuhan

O vice-diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, cidade chinesa onde a pandemia do Covid-19 começou, negou acusações de que tenha responsabilidade sobre a origem do vírus. Yuan Zhiming disse que essa é uma “teoria da conspiração”.

“Como pessoas que realizam estudos virais, sabemos claramente que tipo de pesquisa está sendo realizada no instituto e como o instituto gerencia vírus e amostras. Como dissemos anteriormente, não há como esse vírus vir de nós”, disse Yuan à CGTN, emissora de televisão do governo chinês.

Ainda sobre o laboratório, o vice-diretor disse que tem “um regime regulatório rigoroso e um código de conduta de pesquisa”.

Para ele, algumas pessoas vincularam o laboratório ao surto da Covid-19 porque ele é baseado em Wuhan. E as teorias geradas a partir de sua localização levaram ao engano.

De acordo com a Agência France Presse, o Instituto de Virologia de Wuhan abriga o Centro de Cultivo de Vírus, maior banco de vírus da Ásia, onde são preservadas mais de 1,5 mil variedades.

Dentro do complexo, encontra-se o maior laboratório da Ásia de segurança máxima, capaz de manipular patógenos de classe 4 (P4), vírus perigosos transmitidos entre pessoas, como o ebola.

O laboratório foi concluído em 2015, embora não tenha sido aberto até 2018. O francês Alain Merieux, fundador de uma empresa bioindustrial, assessorou a construção.

O laboratório P4, de 3.000 m², está localizado em um prédio quadrado com um anexo cilíndrico, aos pés de uma colina, nos arredores de Wuhan. Em visita recente, a AFP não observou atividade em seu interior.

Ao redor do mundo, cientistas acreditam que o vírus tenha surgido de um morcego e sido transmitido para o homem através de uma espécie intermediária, possivelmente o pangolim.

Um estudo de um grupo de cientistas chineses publicado em janeiro na revista “The Lancet” revela que o primeiro paciente com Covid-19 não tinha nenhuma ligação com o mercado de animais de Wuhan.

Shi Zhengli, uma das principais especialistas chinesas em coronavírus de morcego e vice-diretora do laboratório P4, fez parte da equipe que publicou o primeiro estudo sugerindo que o Sars-CoV-2 vinha dos morcegos.

Mas, em entrevista à revista “Scientific American”, ele afirmou que o genoma do Sars-CoV-2 não coincide com nenhum dos coronavírus de morcego que seu laboratório já estudou.

IG

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