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Kaiky, Gabriel Pirani e Ângelo: o que Fernando Diniz pensa das joias que herdou no Santos

Não é preciso ter muito tempo de Santos para saber a importância da revelação de jogadores formados nas categorias de base para o clube.

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Redação Publicado em 14/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h37


Técnico avalia trabalho de formação dos jovens no Peixe: “Temos que potencializar”

Não é preciso ter muito tempo de Santos para saber a importância da revelação de jogadores formados nas categorias de base para o clube.

Desde o início da semana no dia a dia do Peixe, o técnico Fernando Diniz herdou três atletas considerados joias recentemente descobertas no elenco profissional: o zagueiro Kaiky (17 anos), o meia Gabriel Pirani (19) e o atacante Ângelo (16).

O trio foi titular na estreia do treinador, a vitória por 1 a 0 sobre o Boca Juniors, na última terça-feira, e é bem avaliado pela nova comissão técnica. Apesar de achar que o grupo precisa de reforços pontuais, Diniz quer potencializar os jovens jogadores durante a temporada.

Ângelo, Kaiky e Gabriel Pirani foram titulares no primeiro jogo de Fernando Diniz pelo Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Ângelo, Kaiky e Gabriel Pirani foram titulares no primeiro jogo de Fernando Diniz pelo Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Dos três, o que está há mais tempo no profissional é Ângelo, que subiu para o elenco principal ainda no ano passado, quando o time era comandado por Cuca. O garoto, porém, passou a ser mais utilizado na atual temporada – com a lesão de Marinho, foi titular nos últimos dois jogos.

– Minhas palavras para o Ângelo foram de incentivo, de tirar excesso do acanhamento. Faz parte do jogo dele essa postura (de não desistir de jogadas individuais). Com certeza fazia na base e trouxe ele ao profissional. Não vamos mudar, temos que potencializar. Terá maturidade para encontrar melhor momento entre driblar e passar. O que ele produz com 16 anos é surpreendente, fora da curva. Só de jogar com 16 anos e conseguir se impor contra o Boca, é de tirar o chapéu – disse Diniz.

Kaiky e Gabriel Pirani são as grandes novidades do Santos na atual temporada. A dupla foi promovida com a chegada do ex-técnico Ariel Holan, que pediu demissão há pouco mais de duas semanas, e logo se tornou titular absoluta do time.

O jovem zagueiro assumiu a vaga deixada por Lucas Veríssimo, vendido ao Benfica, e se firmou como companheiro de Luan Peres na zaga.

– Kaiky tem futuro brilhante. Fazer o que faz com 17 anos é surpreendente, como outros também. Projeção absolutamente positiva – avaliou o treinador, que usou o defensor como exemplo ao ser perguntado sobre a busca por reforços.

– Como achar um zagueiro que joga melhor que o Kaiky hoje? Podem vir e buscar posição, mas jovens vão marcando território. Temos que reforçar com quem vista a camisa e não sinta o peso, jogando com naturalidade.

Fernando Diniz e Kaiky (ao fundo) em treino do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Fernando Diniz e Kaiky (ao fundo) em treino do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Pirani, por sua vez, está no Santos há mais de 10 anos, mas as primeiras oportunidades no profissional só surgiram nesta temporada. O meia virou uma espécie de “reforço caseiro” para o Peixe, que passou os últimos anos atrás de um armador para o time. O garoto entrou e não perdeu mais a vaga.

– Pirani tem excelente projeção, tem tudo para brilhar e ter uma carreira linda. Foi muito bem (contra o Boca), deu ritmo, tirou a bola da pressão. Mostra o tamanho do jogador que ele pode ser. Com a qualidade que ele tem, fazer uma partida tão boa contra um adversário tão duro. Vi seis jogos anteriores do Santos, e o Pirani tem sido destaque em quase todos os jogos – opinou Diniz.

Diniz orienta Gabriel Pirani e Kaio Jorge no jogo contra o Boca — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Diniz orienta Gabriel Pirani e Kaio Jorge no jogo contra o Boca — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Por fim, Diniz falou também de maneira geral sobre os jovens jogadores do Santos e deu um panorama do que pretende fazer para lapidar os garotos durante sua passagem pelo clube.

– Privilégio trabalhar com esses meninos. Muitos atletas com potencial. Jogadores da base conseguem resolver os problemas nos últimos 20 anos ou mais. Desenvolver não é restrito ao jovem. No Brasil, temos ideia equivocada de que atletas saem de casa com 11, 12 ou 13 anos e com 18 ou 19 se transformam em adultos automaticamente, responsáveis e com maturidade e quase ninguém tem. Trabalhar no futebol é difícil, mundo agressivo.

– Treinadores e jogadores são fonte de projeção de pessoas e de quem comenta futebol. Saber trabalhar com isso é para poucos. Temos que fornecer ambiente para jogador de fato amadurecer, saber dosar o que vem de fora. Quanto mais levarmos ao jogador ao mundo interno, melhor cenário possível. Não controlamos o que vem de fora, nem elogio e nem crítica, mas passamos a vida inteira melhorando. Futebol demanda capacidade emocional muito grande e difícil de adquirir – concluiu o treinador do Santos.

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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