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Justiça manda demolir prédio na Muzema que tem até shopping erguido por milícia

Passado mais de um ano desde que o Ministério Público recomendou a demolição de um grande prédio com shopping e cerca de 150 apartamentos na Muzema, na Zona

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Redação Publicado em 01/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h32


Decisão judicial da 2ª Vara da Fazenda Pública dá prazo de 30 dias para que população desocupe os 150 apartamentos do Muzema Shopping

Passado mais de um ano desde que o Ministério Público recomendou a demolição de um grande prédio com shopping e cerca de 150 apartamentos na Muzema, na Zona Oeste da cidade, a Justiça determinou a demolição do imóvel, um dos principais empreendimentos construídos pela milícia que atua na favela e na comunidade de Rio das Pedras.

A decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública determina a desocupação “inicialmente voluntária” em 30 dias, a contar do último dia 21. Mas caso haja decurso do prazo a desocupação deverá ser forçada. Os moradores e comerciantes começaram a ser notificados na quinta, dia 30.

A imponência do empreendimento, localizado na Estrada de Jacarepaguá 520, chama a atenção de quem passa pela via. Na parte de baixo, o Muzema Shopping, que começou a ser erguido em 2017, conta com diversas lojas. Entre elas, de roupas, serviços de estética, uma casa lotérica e até uma filial da Domino’s Pizza (maior rede de pizzaria delivery do mundo). No andar de cima, estão os apartamentos.

O empreendimento, segundo o MP, foi construído em Área de Proteção Ambiental e, de acordo com moradores, é comum ter deslizamento de terra e pedras naquela encosta, em dias de chuva. Enquanto a fachada do prédio, de vidro temperado, fascina, os fundos escondem a precariedade. Tudo erguido sob ordens da milícia. “Os prédios não só foram construídos de forma irregular, como não são passíveis de regularização, segundo a legislação vigente e laudos da própria prefeitura”, explica o promotor Plínio Araújo, do Grupo de Atuação em Meio Ambiente.

Ainda de acordo com ele, os responsáveis pela construção e venda de salas e apartamentos do edifício foram presos em julho do ano passado, durante a Operação Muzema. Mas conseguiram liberdade em seguida. Entre eles estão Bruno Pupe Cancella e Leonardo Igrejas Esteves Borges. “Alguns foram presos novamente, na operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, na quinta-feira”, acrescentou.

IG

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