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Justiça determina prazo de 30 dias para menino com escoliose de 90º fazer cirurgia

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (SP) divulgou uma decisão em cautela de urgência para que os exames e a cirurgia do menino Vinicius Miguel de

Justiça determina prazo de 30 dias para menino com escoliose de 90º fazer cirurgia
Justiça determina prazo de 30 dias para menino com escoliose de 90º fazer cirurgia

Redação Publicado em 02/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 12h08


Estado tem 10 dias para cumprir a decisão a partir da notificação, sob multa diária de R$ 300. Tia do menino afirma que conseguiu agendar alguns exames.

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (SP) divulgou uma decisão em cautela de urgência para que os exames e a cirurgia do menino Vinicius Miguel de Votorantim (SP), portador de uma escoliose grave, sejam realizados em 30 dias. A decisão cabe recurso.

O documento, assinado no dia 21 de setembro, pede que a consulta com um ortopedista especialista seja agendada, assim como exames de ressonância magnética do encéfalo e de ultrassom do abdômen total.

A partir do momento em que for intimado, o Estado tem 10 dias para cumprir a decisão. Ainda segundo a liminar, a cirurgia para a correção da escoliose de 90º deve ser realizada no prazo de 30 dias, sob multa diária de R$ 300, sendo o limite de R$ 300 mil.

De acordo com o advogado Anselmo Bastos, o Estado ainda não foi notificado pois a decisão está com um oficial de Justiça.

Gleice dos Santos, tia de Miguel, afirmou que conseguiu agendar os exames para a primeira quinzena deste mês, mas ainda não há previsão para a cirurgia.

Problema na coluna causa diversos problemas ao garoto de Votorantim — Foto: Arquivo Pessoal

Problema na coluna causa diversos problemas ao garoto de Votorantim — Foto: Arquivo Pessoal

‘Rotina torturante’

Em entrevista ao G1, Gleice contou que está aguardando a cirurgia pelo Sistema Público de Saúde (SUS) há mais de dois anos. “Como a bacia dele está entortando e o pé direito virando para dentro, ele cai muito, reclama de dor e, muitas vezes, não consegue dormir. É torturante.”

Segundo ela, o problema vai além da escoliose do sobrinho: o que realmente a deixa desesperada é a demora do sistema público de saúde.

Ela contou que, em 2016, o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) deu uma guia para ela ir ao Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo. Era para dar tudo certo, mas houve um erro de procedimento.

“Marcaram uma consulta pós-operatória, sendo que ele nem chegou perto de uma cirurgia. Não sabemos se quem errou foi o CHS ou o posto de saúde, só sei que ficamos sem a consulta”, afirma a tia.

Radiografias mostram evolução de escoliose em garoto de Votorantim  — Foto: Arquivo Pessoal

Radiografias mostram evolução de escoliose em garoto de Votorantim — Foto: Arquivo Pessoal

O garoto foi diagnosticado quando tinha apenas um ano. Exames de radiografia feitos em um período de cinco anos mostram a evolução da escoliose que afeta a vida do garoto.

A tia, que tem 24 anos, conta que os exames foram feitos durante acompanhamento médico no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).

O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC, onde o garoto aguarda para fazer a cirurgia já que o CHS não realiza este tipo de procedimento em crianças, realiza cerca de 250 cirurgias de coluna por ano.

O hospital foi questionado sobre o tempo de espera e o número de procedimentos realizados em crianças, mas não deu retorno.

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