A Justiça aceitou nesta sexta-feira (3) o pedido da Polícia Federal de converter a prisão, de temporária para preventiva, da ex-diretora financeira da
Redação Publicado em 04/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h01
A Justiça aceitou nesta sexta-feira (3) o pedido da Polícia Federal de converter a prisão, de temporária para preventiva, da ex-diretora financeira da prefeitura de Jales (SP). Com isso, Érica Cristina Carpi vai ficar presa até o julgamento. Ela é acusada de desviar mais de R$ 5 milhões da prefeitura para pagar despesas pessoais e de empresas da família.
O marido dela, Roberto Santos Oliveira, também teve a prisão convertida de temporária para preventiva. Para a irmã Simone Carpi Brandt e o cunhado Marlon Brandt, a Justiça prorrogou a prisão por mais cinco dias.
Advogados de defesa dos suspeitos disseram que vão ter acesso ao inquérito e só depois vão se pronunciar sobre o caso.
Os quatro são acusados de participar do esquema de desvio de dinheiro dos cofres da Prefeitura de Jales e foram presos na terça-feira (31) durante a operação Farra do Tesouro.
Além dos quatro suspeitos, a então secretária de Saúde da cidade, Maria Aparecida Martins, também tinha sido presa temporariamente, mas a própria Polícia Federal pediu a revogação da prisão.
Segundo a PF, Érica era responsável por realizar todos os pagamentos da prefeitura. A tesoureira emitia cheques da prefeitura, pagava boletos bancários das empresas do marido, e até transferia valores diretamente das contas públicas, principalmente da área da saúde, em benefício próprio, de seus familiares, fornecedores pessoais e de empresas.
Os valores desviados eram ocultados em bens móveis e imóveis, além de financiar as empresas que foram abertas nas cidades de Jales e Santa Fé do Sul (SP).
As investigações da PF começaram no início deste ano. Segundo a PF, há vários anos, a tesoureira seria a mentora do esquema de desvios. Ela foi contratada em 2005 para trabalhar na prefeitura sem concurso público.
A polícia localizou cheques emitidos da conta do setor de Saúde da prefeitura, assinados pela tesoureira e pela secretária da Saúde, tendo como beneficiários boutiques de grife, lojas de joias e decoração, salões de beleza, salões de festas, arquitetos, clínicas estéticas, móveis planejados. Segundo a polícia, uma vida de luxo bancada pelo contribuinte.
Na internet, a família da tesoureira exibia uma vida de luxo. Festas, aniversários com camisetas personalizadas e fins de semana em uma chácara na Zona Rural de Jales que, segundo a PF, é avaliada em R$ 1,5 milhão e teria sido construída com dinheiro desviado dos cofres públicos. Durante a operação, a PF encontrou cerca de R$ 16 mil em dinheiro no quarto da irmã de Érica.
As investigações apontaram que, somente nos últimos dois anos, ela teria desviado aproximadamente R$ 2 milhões.
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