Após um ano, a Justiça de São Paulo realiza na tarde desta quarta-feira (24) a primeira audiência do caso Marina Harkot para começar a decidir se o motorista
Redação Publicado em 24/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 06h59
Após um ano, a Justiça de São Paulo realiza na tarde desta quarta-feira (24) a primeira audiência do caso Marina Harkot para começar a decidir se o motorista que atropelou e matou a ciclistadeve ou não ir a júri popular.
O empresário José Maria da Costa Júnior, de 34 anos, responde em liberdade ao crime de homicídio por dolo eventual, que é aquele no qual se assume o risco de matar. Ele também é acusado de dirigir sob efeito de álcool e fugir do local do acidente.
De acordo com o Ministério Público (MP), o réu bebeu e dirigiu seu Hyundai Tucson em alta velocidade quando atingiu Marina na madrugada de 8 de novembro de 2020. Dentro do veículo, levava um casal de amigos.
O motorista teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa por determinação da Justiça. Ele ainda está impedido de frequentar bares ou outros estabelecimentos que vendam bebida alcóolica.
Socióloga, cicloativista e pesquisadora sobre mobilidade urbana, Marina tinha 28 anos quando foi atropelada. Ela voltava sozinha para casa. Pedalava sua bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros. A morte dela foi confirmada no hospital.
O atropelador não parou o carro para socorrer a vítima e se apresentou à polícia dois dias depois. Ele ficou em silêncio na delegacia, mas em entrevista ao Fantástico alegou que não viu a ciclista e fugiu porque achou se tratar de um assalto.
“A gente não tinha noção do que pudesse ter acontecido. Da complexidade, se era um roubo, se era alguma coisa. Um assalto”, disse José Maria ao programa, no ano passado.
Essa etapa do processo, chamada de audiência de instrução, precede eventuais julgamentos. Ela será totalmente presencial e está marcada para começar a partir das 13h no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital. O juiz Guilherme Eduardo Martins Kellne, da 5ª Vara do Júri, ouvirá os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa. Se tiver tempo, o réu será interrogado.
“Serão ouvidas as testemunhas. E se forem ouvidas todas, e não faltar ninguém, ele [José Maria] será interrogado. Eu irei comparecer, ele irá comparecer. Conforme combinado, ele irá participar de todos os atos processuais”, disse o advogado José Miguel da Silva Júnior, que defende o empresário.
Se o magistrado entender que há indícios de crime contra o motorista, o réu será levado a júri popular por homicídio. O juiz então marcará uma data para ele ser julgado por sete jurados. O júri decidiria se José Maria deve ser condenado ou absolvido. Em caso de condenação, ele pode receber 30 anos de prisão. O tempo da pena é estabelecido pela Justiça.
Os pais e o viúvo da ciclista pretendem acompanhar a audiência do lado de fora do fórum, já que, por causa da pandemia, a presença de parentes não está sendo permitida nas audiências. Podem estar na sessão apenas as partes do processo.
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g1
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