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Justiça de SP determina retirada de moradores em área de risco próximo ao trecho norte do Rodoanel

Na Zona Norte de São Paulo, na Serra da Cantareira, vive uma grande comunidade conhecida como favela do Córrego do Bispo, no Jardim Peri. É uma ocupação

Justiça de SP determina retirada de moradores em área de risco próximo ao trecho norte do Rodoanel
Justiça de SP determina retirada de moradores em área de risco próximo ao trecho norte do Rodoanel

Redação Publicado em 17/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 12h26


Prefeitura e os moradores da Comunidade do Bispo estimam que duas mil famílias vivam no local.

Na Zona Norte de São Paulo, na Serra da Cantareira, vive uma grande comunidade conhecida como favela do Córrego do Bispo, no Jardim Peri. É uma ocupação irregular e por causa do risco de deslizamento a Justiça determinou a retirada de todo mundo de lá. A Prefeitura e os moradores estimam que duas mil famílias vivam no local.

Além do alto risco de deslizamento, segundo o Ministério Público, a ocupação coloca em risco também a segurança dos futuros usuários do túnel do Rodoanel do trecho norte.

O prazo final para que todas as famílias deixem o local é a próxima sexta-feira. E nesta segunda (17) e terça-feira (18) a Prefeitura está colocando caminhões à disposição dos moradores para que as pessoas possam fazer a mudança.

A maior área ocupada está numa região que pertence à Companhia de Transmissão de Energia Paulista (Cteep). Outra parte é propriedade particular e uma menor pertence ao município.

Muitas dessas moradias estão bem próximas ao trecho Norte do Rodoanel. Outras foram construídas em cima do Córrego do Bispo, numa região de alto riscos e por isso a justiça determinou que moradores deixem o local.

Comunidade do Córrego do Bispo fica próximo ao Rodoanel — Foto: TV Globo/Reprodução

Comunidade do Córrego do Bispo fica próximo ao Rodoanel — Foto: TV Globo/Reprodução

Muita gente mora há tempos na favela do Córrego do Bispo. “De vinte anos para cá a população aumentou mas quem conseguiu fundar isso aqui pode-se dizer foi eu e outras pessoas que já morreram que já foram embora e a gente continuou”, diz a moradora ZildaAlmeida Silva.

“É impressionante cada vez a gente chega num lugar e a gente encontra um número maior de moradias essas aqui todas na área de mata bem aqui na Serra da Cantareira.

São corredores estreitos de casas dos dois lados. Tem moradia de madeira e de alvenaria e áreas de lazer. Na comunidade tem quem paga água e luz. – e quem não paga nada.

Na ação do Ministério Público a promotora alegou que além do risco de escorregamento há o perigo de incêndio devido as ligações clandestinas de eletricidade, proximidade das moradias e falta de vias de acesso e hidrantes. Destaca ainda que o poder público municipal apesar das diligências realizadas não consegue frear o crescimento da ocupação da encosta.

Muitos moradores sabem dos riscos que estão correndo, mesmo assim não querem ir embora.

“Desde 1977 eu conheço aqui”, diz o pedreiro Manoel de Oliveira Neto. “Eles alegam que é área de risco se for pra tirar área de risco aqui não vai ficar nada. São inteiro é área de risco.”

Ana Maria Luciano diretora da ONG Associação dos Moradores da Vista Alegre diz que não dá para retirar tanta gente, que não tem pra onde ir num curto espaço de tempo.

“O que não aconteceu no meu ver não existe um planejamento existe só um impor e pronto sem dar destinação a essas famílias, qual será o atendimento.”

A Prefeitura informou que iniciou no começo do mês um plantão na Subprefeitura da Freguesia do Ó para identificar e encaminhar as famílias para a rede de acolhimento. E que há mais de dois meses faz reuniões com lideranças da comunidade para alertar sobre o risco no local. Disse ainda que incluiu o trecho pertencente ao Córrego do Bispo na PPP da habitação municipal que prevê a construção de três mil moradias em área remanescente no entorno.

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista informou que está colaborando com as autoridades sempre que solicitada já que é dona de parte da área invadida.

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