Desde os três anos de idade, Vitor Martinez Silva, de São José do Rio Preto (SP), se apaixonou pelos encantos do circo. Da paixão nasceu um sonho: ser um
Redação Publicado em 23/06/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h05
Desde os três anos de idade, Vitor Martinez Silva, de São José do Rio Preto (SP), se apaixonou pelos encantos do circo. Da paixão nasceu um sonho: ser um artista circense e subir ao picadeiro para se apresentar ao respeitável público.
No entanto, ele não sonhava pequeno. Depois de assistir a um DVD alugado pela mãe, chegar ao Cirque du Soleil, a trupe mais famosa do mundo, se transformou em objetivo. Com empenho e apoio dos pais, dez anos depois, o menino conquistou a chance de chegar mais próximo da meta.
Aprovado entre os dez melhores candidatos de todo o mundo para estudar em uma das mais renomadas escolas do planeta, a École Nationale de Cirque, o menino, de apenas 13 anos, vai viajar para Montreal, no Canadá, neste sábado (23) para morar e batalhar em tempo integral pelo sonho.
“O objetivo dele era muito claro desde pequeno. Ele não assistia desenho, como toda criança. Ele assistia à apresentação do Cirque du Soleil, até 15 vezes por dia e também colecionava espetáculos”, diz Carla Barbosa Martinez Silva, mãe de Vitor.
Ao G1, o garoto contou toda a trajetória, rotina de treinos, estudos e a modalidade que o levou até a aprovação. Aos 5 anos, Vitor começou a fazer aulas de ginástica na escola onde estudava. Depois ganhou uma bolsa de estudos e desenvolveu outras disciplinas como o tecido aéreo, a lira, o contorcionismo, entre outras.
Contudo, a modalidade que mais chamou a atenção dele foi o Diabolo e ele passou a praticar sozinho vendo vídeos na internet. “Eu sempre gostei de circo em geral, mas no DVD existia um ato chamado Diabolo. Nele, quatro chinesas lançavam um ioiô chinês e eu fiquei fascinado por isso e comecei a treinar todos os dias”, conta Vitor.
Prova
As audições mundiais para a École Naionale de Cirque começaram no final de 2017. Vitor já tinha participado de várias apresentações em cidades do Brasil e aperfeiçoado durante anos a técnica do ioiô chinês, modalidade que considera ser mais habilidoso.
Também aprendeu o inglês e francês estudando sozinho. “A língua inglesa eu já sabia um pouco porque moramos durante três meses nos Estados Unidos, mas o francês tive que aprender sozinho no começo com vídeos e aulas na internet. Depois fiz um curso intensivo e aulas particulares”, afirma o estudante.
Segundo o garoto, primeiro a família enviou um vídeo para a escola com os exercícios exigidos. O segundo passo, foi fazer uma entrevista em inglês e francês. Depois veio uma prova escrita com duração de cinco horas e uma redação nas duas línguas. A última fase foi conversar novamente com o diretor da escola.
Após seis meses, a mãe Carla Barbosa Martinez Silva recebeu um e-mail confirmando que o filho havia sido aprovado na categoria de 12 a 15 anos.
“Minha mãe estava no celular e começou a chorar. Eu agi como se nada tivesse acontecido, não tive nenhuma reação, a ficha não tinha caído. Hoje, eu estou muito feliz. Saber que fui um dos dez aprovados em uma prova em que candidatos do mundo inteiro concorreram é muito gratificante”, comemora o adolescente.
Vitor e os familiares já estão de malas prontas para irem ao Canadá. A viagem está marcada para este sábado (23) e as aulas na École começam em agosto.
“Vamos ficar 40 dias lá com ele. Enquanto isso a gente vai adaptando a vida dele, o ensinando a andar de ônibus e metrô. Depois ele fica por contra própria morando e estudando na escola”, conta Carla Barbosa Martinez Silva, que trabalha como agente de turismo educacional e tradutora.
De acordo com Vitor, a rotina na escola é bastante puxada. “No período da manhã temos aula de diversas matérias como português e matemática. A tarde é a parte circense, que dura quatro horas. À noite temos acompanhamento fisioterápico.”
Em todo momento, os alunos são tutorados por professores que acompanham as atividades e o dia a dia deles. Além da arte circense, a parte educacional é extremamente rígida. “A bolsa de estudos é pensada em cima das notas acadêmicas do aluno e não do aprendizado circense”, conta Carla.
Carla explicou que o Cirque du Soleil fica no mesmo quarteirão da escola em que o filho vai estudar. Mas não é só a proximidade física que é interessante para Vitor. A formação que a École National de Cirque proporciona aos alunos é um grande passo para a audição do Cirque du Soleil.
“Cerca de 95% das pessoas que tentam entrar no Cirque du Soleil depois de se formarem [na escola] são aprovadas. Não é que você sai da escola e já está empregado, mas na École National de Cirque você tem preparação teatral, de dança, de tudo. A escola já vem te preparando para alcançar um objetivo maior”, explica Vitor.
Quem está realizado com a conquista do garoto é a família, que deixou a distância e tristeza de lado. “Pessoalmente, eu estou muito feliz. O fato de saber que ele está próximo do sonho dele é muito satisfatório para nós e os professores do colégio”, comemora Carla.
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