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Já comprou carbono hoje?

Por Leonardo Augusto de Campos

Já comprou carbono hoje?
Já comprou carbono hoje?

Redação Publicado em 12/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h38


Por Leonardo Augusto de Campos

comprou carbono hoje?

A pergunta pode soar estranha a alguns ouvidos, mas para outros é uma realidade comercializar carbono diariamente. E não estamos falando de carvão, lápis ou diamantes, mas de um novo mercado no qual pessoas, empresas e países transacionam a sua contribuição com a sustentabilidade ambiental.

A produção em massa e o uso intensivo de máquinas e equipamentos industriais contribuíram negativamente para o aquecimento global e com a emissão de poluentes. A partir de 1997 foram estabelecidas metas de redução de emissões aos países da Organização das Nações Unidas (ONU) e em 2015, o Acordo de Paris as ratificou. Iniciativas como técnicas de reflorestamento e manejo vem se tornando cada vez mais frequentes, mas, ao mesmo tempo, distintas entre os países.

Para equilibrar estas iniciativas, responsabilidades e resultados, foi estabelecido um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que permite que países que excedam no cumprimento de suas metas possam comercializar créditos de carbono com aquelas nações que não foram capazes de alcançá-las. Mas, na prática, as empresas também se inseriram neste processo.

As organizações estabelecem metas de se tornarem neutras em termos de emissões de gases de efeito estufa mirando oportunidades de negócios. No Brasil, empresas como a Vale e a Bosch estabelecem objetivos para atingir a neutralidade em carbono e desencadeiam uma série de ações voltadas para a redução na emissão de gases. Se imaginarmos que produtos são resultados de extensas cadeias de valor e os parceiros destas cadeias forem partícipes destes objetivos, o resultado é potencializado.

Por outro lado, há organizações que se especializaram em desenvolver ações de compensação de carbono e que comercializam estas ações. No Brasil, este mercado ainda não é regulamentado, mas um projeto de lei tramita no legislativo federal e pode incentivar a participação de mais interessados neste tipo de transação.

Pessoas físicas também podem participar deste mercado e aí fica a dica: seja pela compra de créditos ou pelo consumo consciente, diminuir a pegada de carbono deve ser um compromisso de todos.

Já comprou carbono hoje?Leonardo Augusto de Campos

Mestre em Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETPS). Especialista em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo (USP). Engenheiro Mecânico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua há mais de vinte anos como gestor industrial e de qualidade e processos em empresas nacionais e multinacionais de diversos setores. Atuou como professor em cursos de graduação em universidade privada e como professor colaborador do curso de Pós-Graduação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Pesquisa nas áreas de Estratégias Empresariais, Inovações Sustentáveis e de Energias Renováveis.

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www.linkedin.com/in/leonardo-campos

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