O governo italiano adotou hoje (10) um decreto que restringe a libertação de presos por causa da pandemia da covid-19. A decisão foi tomada após a polêmica
Redação Publicado em 10/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h10
O governo italiano adotou hoje (10) um decreto que restringe a libertação de presos por causa da pandemia da covid-19. A decisão foi tomada após a polêmica causada pela saída de chefes da máfia das prisões.
Segundo a imprensa da Itália, 376 criminosos ou mafiosos foram libertados das prisões por motivos de saúde durante a pandemia, tendo sido colocados em prisão domiciliar.
O novo texto legal prevê, agora, que as libertações serão reavaliadas a cada duas semanas, a fim de verificar se os motivos que as justificarem permanecem válidas.
Os casos que suscitaram maior controvérsia foram os de três chefes de grupos de máfia, detidos sob o regime conhecido como “41 bis”, uma detenção muito restrita, reservada a criminosos perigosos, e que permite isolá-los do ambiente mafioso.
São eles Francesco Bonura (máfia siciliana), Vincenzo Iannazzo (`Ndrangheta Calabria) e Pasquale Zagaria (Camorra napolitana), este último pertencente ao notório clã Casalesi.
A libertação destes três chefes mafiosos levou à renúncia do diretor da administração penitenciária italiana, Francesco Basentini.
“O direito à saúde é sacrossanto, mas os decretos domiciliares não são absolutamente adequados para assuntos altamente perigosos”, protestaram recentemente os magistrados de Palermo, na Sicília, que, em declaração divulgada pelo jornal La Repubblica, consideram que os reclusos devem ser transferidos para centros médicos penitenciários.
As libertações dos mafiosos provocaram críticas da oposição ao governo, da esquerda à extrema direita.
A pandemia da covid-19 já provocou mais de 276 mil mortos e infectou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Agência Brasil
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