Novo vídeo entregue à Polícia Civil da Bahia pela família dos dois homens mortos após furto de carne no Supermercado Atakarejo será anexado ao inquérito do
Redação Publicado em 12/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h54
Novo vídeo entregue à Polícia Civil da Bahia pela família dos dois homens mortos após furto de carne no Supermercado Atakarejo será anexado ao inquérito do caso, aponta a Secretaria de Segurança Pública do estado. As imagens gravadas mostram Yan Barros, 19 anos, sendo agredido por seguranças da loja. O jovem grita muitas vezes a palavra “não”.
A polícia investiga o caso como duplo homicídio. Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva, tio de sobrinho, foram encontrados com sinais de tortura e tiros no dia 26 de abril, na localidade de Polêmica, em Salvador. Antes de os corpos serem localizados, eles haviam sido detidos por seguranças do supermercado, que fica no bairro Amaralina. A denúncia é de que Bruno e Yan foram entregues a traficantes da região.
Em entrevista na semana passada, o secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, disse que o caso tem “um componente forte de racismo estrutural e ódio aos pobres”. “É uma gente perversa, desprovida de qualquer sentimento de empatia e que demonstra claramente que o trabalho da polícia não satisfaz, porque a polícia não mata, não pode e não deve matar. A polícia prende em flagrante, ou com ordem judicial, e entrega o infrator à Justiça.”
Ele disse ainda que a participação do supermercado será apurada. “Se alguém se valeu de milicianos, de integrantes do crime organizado para obter o resultado infame que obteve, é coautor do delito. Uma vez identificado, será indiciado. Esteja a sociedade certa disso”, declarou, conforme divulgação no site da secretaria.
Ontem (10), equipes das polícias Civil e Militar capturaram mais dois seguranças do supermercado. Foram cumpridos mandados em Salvador e na cidade de Conceição do Jacuípe. De acordo com a secretaria, até o momento, três seguranças e três traficantes foram presos por participação no crime.
Além das prisões, mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Um deles, na sede do supermercado, onde foram recolhidos livros de ocorrências administrativas, computadores e aparelhos celulares.
Em nota divulgada nas redes sociais no dia 6 de maio, o Atakarejo diz que repudia o fato e “manifesta total solidariedade às famílias das vítimas de violência na loja do Nordeste de Amaralina”. A nota diz ainda que está colaborando com a polícia e que foi aberta sindicância interna que decidiu pelo afastamento dos seguranças.
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Agência Brasil
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