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Inflação acelera em fevereiro

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Inflação acelera em fevereiro
Inflação acelera em fevereiro

Redação Publicado em 12/03/2019, às 00h00 - Atualizado às 11h12


Mensalidades escolares e alimentos puxaram alta do mês. Em 12 meses, o IPCA acumulado subiu para 3,89%, mas segue abaixo da meta central do governo para 2019, de 4,25%.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,43% em fevereiro, acima dos 0,32% de janeiro, impactado principalmente pela alta dos preços de educação e alimentação, segundo divulgou nesta terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da maior variação mensal desde outubro (0,45%).

O índice acumulado em 12 meses ficou em 3,89%, acima dos 3,78% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já o acumulado no ano foi para 0,75%.

Apesar do avanço, a inflação acumulada em 12 meses permanece abaixo do centro da meta central de inflação do governo para 2019, de 4,25%.

Em 2018, a inflação oficial fechou o ano em 3,75%, abaixo do centro da meta fixada pelo governo, que era de 4,5%.

Educação e alimentos puxam alta

Seis dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em fevereiro, com destaque para educação (3,53%), que teve um impacto de 0,17 ponto percentual no índice geral de inflação do mês, atrás apenas do grupo alimentação e bebidas, que subiu 0,78% de janeiro e fevereiro, com um impacto de 0,19 ponto percentual sobre o IPCA.

Segundo o IBGE, o avanço dos custos de educação reflete os reajustes praticados em todo início de ano letivo, em especial nas mensalidades dos cursos regulares, cujos valores subiram, em média, 4,58%, gerando o mais elevado impacto individual sobre o índice do mês (0,15 p.p.).

Apesar da alta de 3,53%, trata-se da menor inflação para o grupo educação para meses de fevereiro desde 2008 (3,47%).

Segundo Gonçalves, as mensalidades carregam normalmente a inflação anterior, mas o fator demanda também contribuiu para uma alta menor em 2019.

No grupo alimentação, as maiores altas foram verificadas nos preços dofeijão-carioca (51,58%), da batata-inglesa (25,21%), das hortaliças (12,13%) e do leite longa vida (2,41%). Por outro lado, houve queda nos preços de carnes (-1,23%), o arroz (-1,23%), o frango inteiro (-1,69%) e o tomate (-5,95%). Já o item alimentação fora recuou 0,04%.

Já o item transportes registrou em fevereiro deflação de 0,34%, puxada pelas quedas nos itens passagem aérea (-16,65%) e gasolina (-1,26%) e etanol (-0,81%). Por outro lado, houve alta no óleo diesel (0,36%) e o gás veicular (7,75%) e ônibus urbano (1,50%).

Já em habitação, os destaques foram as altas dos itens gás encanado (4,11%) e energia elétrica (1,14%).

Veja a inflação de fevereiro por grupos pesquisados e o impacto de cada um no índice geral:

  • Alimentação e Bebidas: 0,78% (0,19 ponto percentual)
  • Habitação: 0,38% (0,06 p.p.)
  • Artigos de Residência: 0,20% (0,01 p.p.)
  • Vestuário: -0,33% (-0,02)
  • Transportes: -0,34% (-0,06 p.p.)
  • Saúde e Cuidados Pessoais: 0,49% (0,06 p.p.)
  • Despesas Pessoais: 0,18% (0,02 p.p.)
  • Educação: 3,53% (0,17 p.p.)
  • Comunicação: zero (0 p.p.)

Perspectivas para a inflação

Na avaliação do IBGE, o impacto da demanda tem contribuído para conter a inflação, que segue comportada, apesar da alta em fevereiro.

Para a inflação de março, Gonçalves adiantou alguns reajustes de preços aplicados no mês que devem impactar o índice, como água e esgoto em Fortaleza (15,86%) e Aracaju (5,89%), ônibus urbano em Porto Alegre (9,30%), Recife (7,81%) e Curitiba (5,88%), e trem em Poro Alegre (27,30%). Já como impacto negativo no índice, ou seja, que deve pressionar o indicador para baixo, o pesquisador citou que houve redução nos preços de cigarros em quatro capitais.

Para 2019, os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 3,87%, segundo a última pesquisa “Focus” do Banco Central.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que segue em 6,5% ao ano. A meta central deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

O BC vem indicando que só a lenta atividade econômica e a inflação bem comportada não são suficientes para abrir espaço para eventual queda da taxa básica de juros, estacionada há quase um ano na mínima histórica de 6,5%.

O novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou que deve manter a atual postura do BC na condução da política monetária ao pontuar que cautela, serenidade e perseverança são valores que devem ser preservados, destaca a agência Reuters.

Inflação por capitais

Na análise por capitais, apenas Brasília (-0,18%) teve deflação em fevereiro. A maior alta foi verificada em Rio Branco (1,12%), seguida por Belém (0,93%).

Veja a inflação de janeiro por região:

  • Rio Branco: 1,12%
  • Belém: 0,93%
  • São Luís: 0,43%
  • Fortaleza: 0,69%
  • Recife: 0,59%
  • Aracaju: 0,54%
  • Salvador: 0,18%
  • Belo Horizonte: 0,51%
  • Vitória: 0,58%
  • Rio de Janeiro: 0,48%
  • São Paulo: 0,44%
  • Curitiba: 0,18%
  • Porto Alegre: 0,15%
  • Campo Grande: 0,52%
  • Goiânia: 0,87%
  • Brasília:-0,18%

INPC fica em 0,54% em fevereiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para os reajustes salariais, ficou em 0,54% em fevereiro, acima dos 0,36% de janeiro. O acumulado do ano está em 0,90% e o dos últimos doze meses foi para 3,94%.

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