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Há quanto tempo você não faz algo para você?

Por Fernanda Trigueiro 

Fernanda Trigueiro
Fernanda Trigueiro

Redação Publicado em 24/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h30


Por Fernanda Trigueiro 

Há quanto tempo você não faz algo para você?

Há anos tinha o plano de voltar a estudar inglês. Todo ano novo essa era a minha meta para o próximo que viria. Mas sempre falhava. Até que este ano (mais um de pandemia, sem grandes expectativas por não saber o que vinha pela frente), resolvi não pensar muito e comecei as aulas particulares de forma remota. Não imaginava como valeria a pena e como estão fazendo a diferença pra mim. Parei para refletir.

Hoje, meu trabalho não me força a ter o inglês fluente (claro que é sempre bom e será sempre um diferencial), mas não é uma obrigação estudar. Também não terei provas e por isso não preciso tirar nota como acontecia na época da escola.

A verdade é que é prazeroso demais saber que faço por mim e por mais ninguém. É uma hora dedicada somente a mim. Um momento que eu escolhi sem receber nada em troca. É diferente de uma atividade física, por exemplo, que pode ser uma recomendação médica ou você agindo para acabar com o seu peso na consciência e assim se livrar dele na balança.

Não precisa ser como eu, que escolhi voltar aos estudos. Reveja o que aí dentro de você faria os seus olhos brilharem. Pode ser a hora de realizar um sonho de infância ou uma vontade reprimida, quem sabe?

Na verdade, só você vai saber. Então, pergunte a si mesmo o que você merece agora e qual o seu desejo. Já pensou em aprender um instrumento, praticar um esporte novo, fazer yoga, voltar a jogar bola, se desafiar no surf, dar uma volta no parque uma vez por semana sem olhar o celular, dançar em frente ao espelho, tomar uma taça de vinho curtindo a sua companhia, ver mais filmes, ler livros, pintar um quadro, desenhar, passar horas em frente à TV jogando videogame, ir ao cabelereiro, bater perna sem hora para voltar pra casa?

São tantas opções, tantas coisas…

Seja lá o que for, dê a chance de viver você. Temos diversas versões e quantas vezes vivemos uma específica de forma tão intensa. Vivemos para o companheiro/a, para os filhos, para o trabalho, para a casa, para a família… e assim a gente vai ficando em segundo plano sempre. Vamos dando prioridade aos outros e às obrigações. Só que se não fizermos por nós, sinto em te dizer, mas ninguém vai fazer.

Quantas vezes, por exemplo, você já se questionou do por que se entrega tanto a algo ou a alguém e sente que não recebe o que merece de volta?

A resposta é tão simples que parece complexa. Se você não estiver feliz com você mesmo, não vai conseguir fazer ninguém feliz. Estará sempre esperando por uma atitude que vem de fora, que vem do outro. E no fundo, é o nosso “eu” que reflete no todo e, por isso, se dedicar a si mesmo não é luxo, nem egoísmo. É amor.

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*Fernanda Trigueiro é uma jornalista apaixonada por pessoas e suas histórias.
Repórter de TV por opção, mas uma escritora por vocação. Vê a notícia além da manchete e dos números
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