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Há 80 anos, Anne Frank relatava os horrores da 2º guerra no diário que se tornou um dos livros mais famosos do mundo

Os escritos da menina foram transformados em livro, por iniciativa de seu pai, dois anos depois de sua morte

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Redação Publicado em 13/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 17h27


No domingo (12), fez 80 anos que a judia alemã Anne Frank começou a escrever o diário que, décadas depois, se transformaria no relato autobiográfico mais bem-sucedido da história.

A menina começou a relatar sua vida quando ganhou um diário de seu pai, Otto Frank, como presente de aniversário de 13 anos , em 12 de junho de 1942, durante o período em que se manteve escondida em Amsterdã, Holanda, da perseguição dos nazistas aos judeus na Europa. Em meio à Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

No diário, AnneFrank narra as dificuldades de uma vida invisível no estrangeiro, o medo constante, as privações e, especialmente, os momentos de esperança de um futuro de paz, até 1º de agosto de 1944, quando foi presa e enviada aos campos de concentração.

“Espero poder confiar tudo a você, como nunca pude confiar em ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e apoio”, escreveu a menina na primeira página do documento.

Otto Frank, sobrevivente do holocausto, recuperou os escritos de sua filha e os transformou em livro em 1947. Ele sabia que a filha gostaria de vê-los publicados pois, antes da prisão, tinha ouvido na rádio um anúncio do governo holandês que queria coletar cartas, diários e outros testemunhos da guerra. Ela tinha se empenhado na produção de seus textos para que pudessem ser lidos posteriormente.

A obra chegou às livrarias holandesas em mais de 3 mil exemplares como “O Anexo Secreto”, edição organizada por Otto Frank. E anos depois, o livro conquistou leitores de diversos países como França, Alemanha, Estados Unidos e, em 1978, o Brasil.

Divulgação/Editora Record

“O Diário de Anne Frank”, editado no Brasil pela editora Record

Quem foi Anne Frank?

Annelies Marie Frank, apelidada como Anne, nasceu em Frankfurt, na região central da Alemanha, em uma família de origem judaica.

Em 1934, aos quatro anos, a menina e seus parentes se viram forçados a emigrar para a Holanda, depois que AdolfHitlere o partido nazistaassumiram o governo alemão e colocaram em prática políticas de discriminação, confisco de bens e perseguição contra determinados grupos como homossexuais, comunistas, ciganos, eslavos e judeus.

A partir de então, a menina viveu grande parte da vida nos arredores de Amsterdã com sua família. No entanto, a situação piorou com o início da guerra, quando os nazistas passaram a ocupar diversos países europeus, entre eles a Holanda, em maio de 1940.

Devido a escalada de perseguições a população judaica em julho de 1942, os Frank se esconderam em quartos secretos atrás de uma estante falsa no prédio onde o pai de Anne, Otto, trabalhava. Eles se mantiveram nesta condição até 4 de agosto de 1944, quando foram descobertos pela Gestapo, a polícia nazista, e presos. Historiadores acreditam até hoje que os Frank foram traídos por uma pessoa, cuja identidade continua desconhecida.

Em seguida, todos os membros da família foram enviados para campos de concentração. Anne e sua irmã, Margot, foram enviadas para Bergen-Belsen, onde morreram de tifo entre fevereiro e março de 1945.

Em entrevista à agência France Press (AFP), o historiador Johannes Houwink ten Cate, do Instituto de Estudo sobre Guerra, Holocausto e Genocídio (NIOD), em Amsterdã, explicou o legado de Anne Frank e a importância de seus relatos.

Anne Frank era uma criança inocente, uma adolescente. As meninas sempre serão capazes de se identificar com ela. Enquanto houver crianças de 13 anos, seu diário será lido em todo o mundo. Desde 2011, existe até uma tradução chinesa”.

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