Azarão no primeiro ano, Guga chegou com favoritismo no torneio após faturar o bicampeonato no ano anterior. O catarinense levou o tri ao desbancar o espanhol
Redação Publicado em 10/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h39
Há exatos 20 anos, no dia 10 de junho de 2001, Gustavo Kuerten cravava seu nome na história do esporte mundial com o tricampeonato em Roland Garros. Na semana do aniversário da conquista, o ex-tenista concedeu entrevista coletiva e passou a carreira a limpo.
Azarão no primeiro ano, Guga chegou com favoritismo no torneio após faturar o bicampeonato no ano anterior. O catarinense levou o tri ao desbancar o espanhol Alex Corretja com parciais de 6/7 (3-7), 7/5, 6/2 e 6/0 e tornou-se o primeiro brasileiro a alcançar o topo do ranking da ATP.
No fim, o desenho do coração no saibro da quadra Phillippe Chatrier eternizou o feito.
– Foi a recompensa mais linda que recebi na vida. Até sonhava em ver isso em um campo de futebol, mas não na quadra de tênis. O terceiro título é o último grande momento. O coração, esse amor que envolveu todo o processo.
– Todo mundo se emocionava imensamente com o que a gente fazia. Essa emoção marca demais a todos. Lembro da alegria e da comemoração – completou.
Guga chegou como desconhecido a Paris, mas não demorou para cativar o público local com o carisma que tem até os dias atuais. Os títulos nos anos anteriores, em 1997 e 2000, mudaram o catarinense de patamar no cenário mundial da modalidade.
– O fenômeno foi aumentando, o impacto era para os jogadores também. As pessoas acompanhavam e se divertiam com os campeonatos. Era a esperança das pessoas, confortava e amparava o dia a dia. O tempo que passou me dá clareza para observar isso e continuar me dedicando, olhar essas trajetórias e essa façanha. Se formos a fundo nas nossas competências e tivermos amparo, um ambiente favorável, oportunidades, a gente consegue chegar lá – comentou.
o e como favorito ao título em 2001. Com a confiança em alta e respeitado pelos rivais, distribuiu talento pelas quadras de saibro do Stade Roland Garros.
– Cheguei naquele ano com uma mistura de que tudo dava fruto, mas tudo era espontâneo ainda. Era um mundo mágico, tudo dava certo. Era todo dia virando festa na quadra de tênis. Ao ponto de assustar os caras do outro lado, eles não conseguiam competir. Isso era presente e prático. Cheguei a este ponto, jogava com a sensação de estar de olhos fechados – completou.
DUELO COM RUSSELL
– Eu tinha desacreditado naquele jogo. Eu era número 1 do mundo, passava pelos grandes. Mas vem o Russell e me joga contra a parede. Eu jogava ele para um lado e para o outro e ele pegava tudo. Não aguentava mais ver o cara em todas as bolas. Ele tira umas bolas da manga e chega ao “match point”. Me passava na mente a passagem do avião para ir embora, o horário do voo…
FINAL
– Mantive o empenho e a contínua motivação que deu certo. Assim foi aquele ano, encontrando soluções dentro da quadra. E assim a minha consagração como tenista, sendo número 1 do mundo, comecei a ganhar em todos os lados. Apesar de ter terminado como número dois, acredito que foi o meu melhor ano no tênis. Depois tive as lesões, se não a tendência era dali para muito mais.
FUTURO SEM LESÕES
– Meu tênis estava brotando. Os anos fazem a gente entender, tudo parece mais fácil. Na juventude era o vigor físico. Ter cinco títulos de Roland Garros seria uma coisa normal. Eu jogaria mais uns cinco anos como favorito, talvez uns dois títulos viessem, seria difícil não acontecer isso. A cada ano que era provocado, nós montávamos um plano e encontrávamos soluções.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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