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Guedes diz que governos têm ‘fetiche’ por estatais e volta a defender privatizações

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (1º) que governos desde a ditadura militar têm "fetiche" por empresas estatais e voltou a

Guedes diz que governos têm ‘fetiche’ por estatais e volta a defender privatizações
Guedes diz que governos têm ‘fetiche’ por estatais e volta a defender privatizações

Redação Publicado em 01/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h05


Ministro deu declaração em evento da Secretaria de Desestatização. No discurso, disse que irá propor criação do Ministério do Patrimônio da União em eventual 2º mandato de Bolsonaro.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (1º) que governos desde a ditadura militar têm “fetiche” por empresas estatais e voltou a defender privatizações.

Guedes deu a declaração ao participar de um evento da Secretaria Especial de Desestatização do ministério.

No discurso, o ministro informou que as estatais registraram lucro de R$ 135 bilhões entre janeiro e setembro deste ano e que irá propor ao presidente Jair Bolsonaro a criação do Ministério do Patrimônio da União em um eventual segundo mandato (leia detalhes mais abaixo).

“Isso [estatais] é um fetiche do passado, que acometeu tanto o governo militar durante 20 anos quanto os novos governos civis. O que tinham em comum? O fetiche das estatais. Petrobras, Eletrobras, Siderbras, Telebras, Portobras”, declarou Guedes, acrescentando ser preciso “acabar com esse fetiche”.

No evento, o ministro voltou a defender que os recursos das privatizações sejam usados em um fundo de erradicação da pobreza ou em investimentos em infraestrutura.

Para o ministro, se isso se concretizar, os valores não estariam dentro do teto de gastos, regra que limita a maior parte das despesas da União à inflação do ano anterior. “Se quiser diminuir o Estado, não se aplica o teto”, concluiu.

Ministério do Patrimônio da União

Ainda no evento desta quarta-feira, Guedes afirmou que irá propor a criação do Ministério do Patrimônio da União em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

Segundo o ministro, esse eventual ministério, se criado, poderá gerenciar cerca de R$ 2 trilhões, sendo:

  • R$ 1,2 trilhão em imóveis;
  • R$ 800 bilhões em empresas estatais

“Tem um negócio chamado de fundo de erradicação de pobreza sem dinheiro, vende ativos e coloca lá”, afirmou.

Correios, Petrobras e Eletrobras

O ministro citou o caso da Eletrobras e dos Correios, em processo de privatização, e também da Petrobras.

Segundo Guedes, a Eletrobras não tem capacidade de investimento para manter seus ativos, enquanto Correios e Petrobras, em sua visão, tendem a perder valor de mercado com as mudanças tecnológicas.

“Correios, vende rápido, pois corre um risco de daqui a dois, três anos estar irrelevante. Empresas privadas estão criando empresas de logística. Isso vale para a Petrobras também. O mundo inteiro está indo em direção ao verde. […] Daqui a 10, 15 anos, o mundo vai fazer transição para fora do petróleo, e isso vai desaparecer”, disse.

De acordo com Guedes, ou a estatal “ajuda a sociedade” ou “vai ao mercado, coloca o preço lá em cima e, entre aspas, aperta o consumidor, como a Petrobras agora”.

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G1

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