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Governo de SP decide não antecipar 2ª dose de vacinas com intervalo de até 12 semanas

Para Marco Aurélio Sáfadi, infectologista e presidente do departamento de imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria, o período de 12 semanas garante um

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Redação Publicado em 11/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h05


‘Os estudos demonstram que quanto mais tempo você tem, melhor a imunidade. Nesse momento, a nossa estratégia é vacinar com a primeira dose o maior quantitativo de pessoas’, diz a coordenadora do Plano Estadual de Imunização.

Após reuniões sobre o Plano Estadual de Imunização, o governo de São Paulo anunciou neste domingo (11), que não vai antecipar a segunda dose de vacinas com intervalo de até 12 semanas. A antecipação já ocorre em alguns estados como estratégia para combater a variante delta da Covid-19.

No Brasil, tanto a AstraZeneca como a Pfizer são aplicadas com intervalos de 3 meses.

“A estratégia que foi desenhada foi a de não antecipar a vacina da AstraZeneca, porque os estudos demonstram que quanto mais tempo você tem, melhor a imunidade. Nesse momento, a nossa estratégia é vacinar com a primeira dose o maior quantitativo de pessoas“, disse Regiane de Paula, coordenadora do Plano estadual de Imunização.

Para Marco Aurélio Sáfadi, infectologista e presidente do departamento de imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria, o período de 12 semanas garante um resposta imunológica mais longeva.

“O que motivou o Brasil a optar por esse intervalo de 12 semanas, e não só o Brasil mas diversos países europeus, o Canadá, com a vacina AstraZeneca, é que há benefícios após a 2ª dose quando você as diferencia por 12 semanas. Você constrói uma melhor resposta imune, você otimiza a proteção após a 2ª dose e provavelmente deixa essa resposta mais longeva, mais duradoura, porque ela leva a títulos mais altos de anticorpos”, afirma.

O infectologista diz ainda que tanto a AztraZeneca, como a Pfizer, são efetivas já com a primeira dose.

“E mais importante que isso: os estudos de mundo real, não estou me referindo a estudos em laboratório, mas estudos de mundo real, são inequívocos em demonstrar que a proteção após a 1ª dose tanto da vacina Astra quanto da vacina Pfizer, ela é muito efetiva e robusta no que diz respeito a prevenção das formas graves da doença: hospitalizações e mortes”, completou.

Uma dose da vacina AstraZeneca tem eficácia de 76% a partir do 22º dia. Estudos indicam que uma dose da Pfizer já seria 85% eficaz contra casos sintomáticos de Covid – duas semanas depois da injeção.

No último dia 7, o governo confirmou que a variante delta já circula no estado entre pessoas que não tiveram histórico de viagens para o exterior.

Naquela ocasião, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que era preciso reavaliar o prazo da imunização completa das vacinas de Pfizer e AstraZeneca, para que as vacinas possam responder à variante.

“As vacinas que têm duas doses só completam a imunidade após a segunda dose. No caso do Butantan, esse intervalo é de 28 dias. Então, você completa a imunização mais rapidamente quando comparado com as vacinas que têm intervalo de três meses”, diz Dimas.

“Essas vacinas que têm intervalo de três meses, obviamente que você só vai completar a imunidade passados quase quatro meses da primeira dose. Então, sem dúvida, a possibilidade de antecipação da segunda dose para essas vacinas deve ser considerada, sim”, afirmou.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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