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Governança nas empresas familiares

Segundo recentes pesquisas, 70% das empresas operacionais no Brasil são de controle familiar. Infelizmente a complexidade de gestão dessas empresas, somada

Governança nas empresas familiares
Governança nas empresas familiares

Redação Publicado em 04/07/2018, às 00h00 - Atualizado em 20/07/2018, às 11h55


Segundo recentes pesquisas, 70% das empresas operacionais no Brasil são de controle familiar. Infelizmente a complexidade de gestão dessas empresas, somada com a já conhecida dificuldade de operar em um ambiente instável como o Brasileiro, faz com que em média, apenas 30% delas sobreviva à segunda geração.

Muitas empresas familiares sofrem o dilema de seguir o modelo de gestão com membros da família versus a profissionalização, com o convite a executivos de mercado, que passam então a comandar os negócios. Minha experiência como consultor mostra que, caso essa transição não seja muito bem pensada e executada, a chance de fracasso é enorme. Durante minha carreira já vivi diversos casos de profissionalização que culminaram com o retorno da família controladora ao comando da empresa, levando portanto à perda de tempo e consequentemente valor da empresa.

Recentemente encontramos um caminho que tem se mostrado muito vencedor como um mitigador dos potenciais riscos de profissionalização da gestão dessas empresas, através da criação de um conselho consultivo. Um conselho consultivo nada mais é do que um órgão paralelo à administração da empresa, composto de um corpo de conselheiros independentes, que apoia os acionistas com aconselhamentos e mentoria na gestão da mesma.

O conselho consultivo criado como um primeiro passo de governança em uma potencial transição de modelo de gestão, certamente poderá apoiar os acionistas não somente na preparação da empresa para uma futura reorganização, mas também na estruturação de um caminho sustentável de crescimento. Temos verificado o considerável aumento de interesse por parte de executivos de mercado em se tornarem conselheiros consultivos nos últimos anos, potencialmente por enxergarem que suas carreiras serão mais longevas do que as dos seus antepassados, sabendo que possivelmente sofrerão um penalty executivo quando chegarem em uma idade mais avançada, ou seja, começam agora a buscar alternativas para uma carreira mais autônoma no futuro, o que inclui conselhos. Outra vantagem para os executivos é sem dúvida o networking com pares de alto nível, sem contar a experiência de apoiar um setor ou empresa diferente da sua. A terceira vantagem do conselho consultivo é seu caráter de suporte e não de gestão, não gerando riscos pessoais para os envolvidos no mesmo.

Para os empresários e acionistas é sem dúvida nenhuma um passo muito importante para profissionalizar sua empresa com um custo-benefício que costuma espantar a maioria, que acreditava que conselho era coisa de empresa grande….

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