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Governadores enganam o povo e são “exterminadores de emprego”, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom contra os governadores neste domingo (22). Em entrevista para a TV Record, gravada pela internet, Bolsonaro

Governadores enganam o povo e são “exterminadores de emprego”, diz Bolsonaro
Governadores enganam o povo e são “exterminadores de emprego”, diz Bolsonaro

Redação Publicado em 23/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h43


Em entrevista, presidente voltou a minimizar pandemia e afirmou que seus críticos criam crise “muito pior do que o coronavírus”

O presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom contra os governadores neste domingo (22). Em entrevista para a TV Record, gravada pela internet, Bolsonaro chamou os governadores de exterminadores de emprego e que o povo vai saber que foi enganado por eles na crise do coronavírus.

“Você não me vê atacando nenhum governador, eles é que me atacam constantemente, fogem de sua responsabilidade e atacam governo federal. Brevemente, o povo saberá que foram enganados por esses governadores e por grande parte da mídia nesta questão do coronavírus”, afirmou Bolsonaro .

Ao responder a pergunta sobre o que o governo federal estava fazendo contra o desabastecimento de alimentos e produtos nas cidades, o presidente disse que os governadores fantasiavam a crise.

“Estamos fazendo contato direto com os prefeitos, porque é lá que o povo vive e não na fantasia de alguns governadores. Já temos um problema. Os governadores são verdadeiros exterminadores de emprego. Essa é uma crise muito pior do que o próprio coronavírus vem causando no Brasil”, disse.

Segundo Bolsonaro, não é possível comparar o Brasil com a Itália no caso do coronavírus. O atraso do país europeu para tomar medidas contra a pandemia é apontado como exemplo a não ser seguido pelos demais países.

“Você não pode comparar Brasil com Itália. Eu pergunto a você: sabe quantos habitantes temos por quilômetro quadrado na Itália? São 200 habitantes por quilômetro quadrado. Na Alemanha são 230 habitantes. No Brasil, 24. Há uma diferença enorme entre esses países”, disse Bolsonaro.

E voltou a dizer que a pandemia deve causar menos mortes que o surto de H1N1, ocorrido em 2009: “o número de pessoas que morreram de H1N1 foi mais de 800 pessoas. A previsão é não chegar aí a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”.

A crise do novo coronavírus escancarou a falta de sintonia entre o governo Jair Bolsonaro e governadores do país. A sexta-feira foi marcada por troca de acusações públicas entre o presidente e os chefes dos Executivos do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB). Irritado com medidas restritivas impostas por governadores, como o fechamento de fronteiras interestaduais, Bolsonaro acusou os antigos aliados de usurpar suas competências.

Numa reação a medidas adotadas pelos chefes do executivo estadual, o presidente editou uma medida provisória determina que qualquer restrição excepcional e temporária de locomoção interestadual e intermunicipal seja embasada em fundamentação técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o texto, caberá ainda ao presidente indicar quais os serviços públicos e atividades essenciais que deverão ter o exercício e funcionamento preservados em meio à pandemia.

iG
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