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Giuliano veste a 11, fala sobre amor pelo Corinthians e avisa: “Não existe salvador da pátria”

O meia Giuliano vestiu de maneira oficial a camisa do Corinthians nesta quarta-feira e deu sua primeira entrevista coletiva online. O jogador, que assinou até

CORINTHIANS
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Redação Publicado em 04/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h22


O meia Giuliano vestiu de maneira oficial a camisa do Corinthians nesta quarta-feira e deu sua primeira entrevista coletiva online. O jogador, que assinou até o fim de 2023, recebeu a camisa 11 das mãos do presidente Duilio Monteiro Alves e do diretor de futebol Roberto de Andrade.

Giuliano já reúne condições legais de estrear pelo Timão contra o Santos no domingo, às 16h, na Vila Belmiro. Sem jogar desde abril, no futebol turco, o jogador explicou como chega para essa partida.

– Estou ansioso, faz três meses que não jogo, estou evoluindo na parte física, estou no BID… Minha vontade é estar no jogo de domingo. Não conversei ainda com Sylvinho. Não sei se dez minutos, como titular ou entrar. Quero ser útil. Eu me sinto bem fisicamente, estou ganhando ritmo de treino, mas é diferente de jogo de 90 minutos. Não consigo dizer, é muito subjetivo, o quanto vou aguentar. Hoje, me sinto bem, mas no confronto, um contra um, bater na área e voltar, aí que vou sentir. Não consigo dizer que serão três ou quatro jogos. É jogar o primeiro e ir evoluindo, me sentindo melhor. Não jogarmos no meio de semana me dá mais treinos. É tempo para estar 100%, não sei quantos jogos – explicou.

– Trabalhei com Sylvinho na Seleção, sei como ele trabalha e o que entende do jogo. Se precisar de mim no domingo, cinco, dez, 45 ou o jogo todo, estarei. Eu gostaria de estar, mas é uma decisão dele.

Giuliano falou também sobre a proposta do Corinthians. O jogador disse que recusou outras ofertas para fechar com o clube do coração.

– Eu sigo meu coração. Em relação à decisão de vir ao Corinthians, é um sonho de menino. Não tive dúvida. Tive outras propostas e achei que esse era o momento de realizar o sonho.

Giuliano, novo camisa 11 do Corinthians  — Foto: Corinthians TV/Reprodução

Giuliano, novo camisa 11 do Corinthians — Foto: Corinthians TV/Reprodução

O meio-campista estava livre no mercado após rescindir com o İstanbul Başakşehir, da Turquia. Aos 31 anos, ele assinou contrato com o Corinthians até o final de 2023.

– Eu não tenho problema nenhum com número. Já usei a 7, a 8, a 10, a 88 e a 11. Me deram a opção, tinha a 10 disponível, mas eu escolhi a 11.

Durante a coletiva, Giuliano voltou a dizer que era corintiano quando pequeno e que entende muito o fato de colocar a raça em campo acima de qualquer outra coisa.

– Sim, tenho noção. Eu era corintiano quando era pequeno, sei que essa cobrança existe. Estou realizando um sonho de menino, vestir essa camisa, representar uma nação. Torcida que cobra muito, mas que também apoia. São nos momentos difíceis que temos que nos unir para fortalecer como entidade, time torcida, ser um só. Da minha parte não vai faltar raça e vontade. Estou contando os dias para estar 100% fisicamente para ajudar a equipe. Dedicação e trabalho não vão faltar – disse.

Giuliano não se mostrou amedrontado pela confiança excessiva depositada pela torcida em seu futebol, mas ponderou que não existe salvador da pátria. Nem ele e nem Renato Augusto.

– Chegamos para ajudar, tenho certeza. Com a nossa experiência e qualidade e o que podemos produzir, a gente pode ajudar muito. Mas não existe salvador da pátria. Não é jogo individual. É coletivo. Depende dos companheiros e a melhor equipe vence. Um jogador pode decidir num momento específico. Futebol é grupo. Há jogadores dispostos a ajudar para que o clube cresça. Se a expectativa é grande, fico feliz. É um reconhecimento do meu trabalho. Sinal que fiz algo certo na minha carreira. Isso é bom. Se não quisesse cobrança, não viria ao Corinthians.

Veja outros pontos da entrevista coletiva de Giuliano:

Função em campo
– A gente não teve uma conversa individual ainda, mas vendo os treinos e sabendo o que posso fazer, o Sylvinho tem mantido o sistema com três homens no meio, então tenho jogado como um dos homens aberto pelo lado direito, ou até esquerdo, mas na maioria das vezes é mesmo pelo lado direito. Acho que essa é a função que ele me vê fazendo. Já fiz, não era essa minha função na última equipe, mas eu domino. Minha ideia é ser útil e poder ajudar. Estou num processo de adaptação. Quero jogar e ajudar a equipe em qualquer função.

Partida contra o Flamengo
– Em relação ao jogo que assisti, é uma equipe em reformulação, num processo de reconstrução, muitos jogadores que precisam de suporte. Com minha chegada, Renato, mais Gil, Cássio, Fábio Santos, vamos dar uma credibilidade maior para esses jogadores estarem mais livres e demonstrarem. Carregam pressão muito grande e isso reflete em algumas partidas. Enfrentamos uma grande equipe, o flamengo, que joga junto há três anos. Claro que teve vários erros, algumas dificuldades, mas faz parte do jogo. Resultado não vem de uma hora para outra, tem que saber porque ganha, empata ou perde e seguir o caminho. A evolução é consequência do trabalho que está fazendo. Evoluímos um pouco na questão defensiva, esse último jogo foi atípico. Dificuldade na criação vindo de trás e último terço de campo, não estamos chegando com facilidade no setor, nossas chances criadas não têm sido grandes ou claras. Estamos trabalhando isso e vamos melhorar.

Há conserto para o Corinthians?
– Há conserto, o pessoal não deixa de correr ou se esforçar, a coisa ainda não encaixou como coletivo, o resultado não esta vindo. Mas o campeonato é longo, é um processo, não é do dia para noite. O Corinthians está muito melhor organizado do que vocês da imprensa imaginam. Estão trazendo reforços. Poderiam dar crédito de confiança, estão fazendo um esforço acima da média para que a equipe cresça. Acredito no time, tem muita qualidade, mas precisamos de tempo para encaixar, e fisicamente todo mundo estar apto, tenho certeza que nossa equipe vai alavancar no campeonato.

Primeira contratação em sete meses
– Consigo entender, tenho a proporção e o esforço que fizeram para me contratar, diminuindo folha, ajeitando a casa, deram um passo importante, confiam em mim, que eu possa dar o retorno necessário, ajudar a equipe. Montar um elenco competitivo com jogadores que agreguem.

– Tive ofertas do Brasil e de fora que eram financeiramente melhor. Mas optei pelo Corinthians, pois era a realização de um sonho.

Posicionamento em campo
– Eu sou um jogador versátil, já atuei na minha carreira em várias posições, extremo pela esquerda, direita, vindo para dentro, dez, falso 9, segundo volante, primeiro volante, terceiro homem de meio. Consigo fazer bem as funções para frente, entro na área, recomponho, volto para ajudar. É questão de escolha do Sylvio, onde ele me vê. Estarei apto para ajudar meus companheiros e fazer minhas funções.

Sondagens antigas do Corinthians
– Fui sondado várias vezes, pelo Tite, Mano, não chegamos a um acordo. Era outro momento na minha carreira, estava fora do país e quis permanecer. Estou com 31 anos, sou realizado, feliz, Deus tem realizado muitos sonhos na minha vida, me mostrou que era esse o caminho.

Jogadores que gostava no Corinthians
– Gostava muito do Ricardinho. Lado esquerdo era Kleber, Gil e Ricardinho (em 2002) era maravilhoso vê-los jogando. Eu me inspirava nele, muito inteligente, característica semelhantes, um jogador de ultimo passe. Eu gostava muito dele. Tem um jogo, não vou conseguir lembrar exatamente o placar, contra o Cruzeiro, que o atacante era o Dinei e tinha o Mirandinha na direita. Acho que Brasileiro, Corinthians x Cruzeiro. O Dida era o goleiro, um jogo muito bonito, um time muito técnico, eu gostava muito de ver os jogos do Corinthians.

“Corintianismo”
– Depois de profissional você segura um pouco o que você fala, a proporção é maior. Dizer sou torcedor do Corinthians, depende de onde você está. O sentimento que você tem ninguém muda, não tem problema, mas as pessoas levam de outra forma. Então segui torcendo, mas guardei isso para mim.

Cobranças da Fiel torcida
– Entendo isso, a parte do torcedor, quer que o time renda. A torcida compareceu ao CT, já me cobrou mesmo sem eu ter jogado. Faz parte, querem que o time vença. Mas precisam entender que precisamos do apoio deles no momento difícil. Precisamos até mais deles quando não estamos ganhando. Você mostra teu fanatismo e coração quando o time precisa mais. É um apelo que faço. Cobre quando tiver de cobrar, mas nos apoiem, vamos fazer o melhor para melhorar a nossa situação.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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