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“Gerentes de roubo” escolhem cargas a serem levadas por ladrões na Baixada

Cada um dos assaltantes presos na operação Espoliador II, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira em 13 municípios da Baixada Fluminense, praticava

“Gerentes de roubo” escolhem cargas a serem levadas por ladrões na Baixada
“Gerentes de roubo” escolhem cargas a serem levadas por ladrões na Baixada

Redação Publicado em 05/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h21


Segundo a polícia, cada assaltante comete entre oito e dez assaltos por dia. Detalhes integram investigações da operação Espoliador II, da Polícia Civil

Cada um dos assaltantes presos na operação Espoliador II, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira em 13 municípios da Baixada Fluminense, praticava cerca de 10 roubos por dia. Para praticar os crimes, os suspeitos pegavam armas com traficantes que agem naquela região que, em troca, ficavam com parte da mercadoria. Ao todo, a ação tem 57 presos — entre receptadores e ladrões.

“Esses presos acordam e já saem para a rua para cometerem os crimes. São de oito a dez roubos por dia. Em Belford Roxo, os crimes acontecem em Gogó da Ema, Santa Tereza e Parque São José. Em Duque de Caxias os crimes acontecem mais no Corte 8 e Mangueirinha. Em São João de Meriti são vários locais”, disse o diretor do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB), delegado Felipe Curi.

De acordo com ele, durante as investigações notou-se que facções criminosas têm pessoas responsáveis só para escolher as cargas a serem roubadas. Essas pessoas são os chamados “gerentes de roubos”.

“Notamos que os roubos de veículos, de cargas e os que acontecem nos comércios são fomentados pelo tráfico de drogas. Identificamos, também, algumas facções criminosas que têm pessoas que cuidam só dos roubos”, afirmou o chefe do DGPB.

Rastreamento

A Polícia Civil ficou cinco meses fazendo o rastreamento de comerciantes que encomendam e compram cargas roubadas. Investigadores de 19 delegacias da Baixada fizeram o levantamento de mercadoria roubada apreendida durante operações. Eles descobriram, então, que objetos roubados estavam sendo vendidos em pequenos comércios.

“A gente pegou essas mercadorias roubadas e tentamos identificar quais eram os estabelecimentos comerciais que acabam comprando o produto roubado e fazendo a comercialização indevida da carga. E isso foi feito”, disse Felipe Curi.

Essa rede de receptadores compra de tudo: desde celulares até carros e motos roubados. Entre os detidos, da operação entitulado Operação Espoliador II, estão dois comerciantes de uma loja de celulares de Nilópolis. De acordo com os investigadores, os homens — que não tiveram as identidades reveladas — pagavam para que criminosos roubassem as mercadorias para eles. “Com um trabalho de inteligência conseguimos identificar essas pessoas que estavam receptando os produtos roubados”, completou Curi.

iG

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