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Frase ‘#Pare O Abuso De Poder’ é pintada por movimento antirracista na ponte estaiada em São Paulo

Integrantes do movimento antirracista e moradores de comunidades pintaram entre a noite de sábado (26) e a madrugada deste domingo (27) a frase “# Pare O

racismo
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Redação Publicado em 27/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h26


Coletivo cultural começou intervenção no sábado (26) e terminou neste domingo (27) num dos cartões postais da capital. Artistas são os mesmos que pintaram ‘Vidas Pretas Importam’ na Avenida Paulista. Ao todo já são sete as ações com frases pela cidade.

Integrantes do movimento antirracista e moradores de comunidades pintaram entre a noite de sábado (26) e a madrugada deste domingo (27) a frase “# Pare O Abuso De Poder” numa pista da Ponte Octávio Frias de Oliveira, conhecida como ponte estaiada, na Zona Sul de São Paulo. Ela também é um dos cartões postais da cidade.

“Essa é mais uma possibilidade de construção, de ponte para o futuro. Então, quando a gente fala da importância da ponte estaiada, eu acho que é um símbolo também de uma ponte, de algo que a gente quer construir para o futuro”, diz o artista Kleber Pagú, do coletivo cultural “Nós Artivistas”.

A frase ‘#Pare o Abuso de Poder’ foi escolhida pelos organizadores para representar a insatisfação da população negra contra os abusos de poder cometidos por autoridades, principalmente àquelas que atuam na segurança pública, como a polícia.

A intervenção artística foi do mesmo grupo que já havia pintado a frase “#Vidas Pretas Importam” na Avenida Paulista, no Centro da capital, em novembro, após o assassinato do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas por seguranças de um supermercado no Rio Grande do Sul.

As últimas intervenções até então tinham sido feitas em 19 de dezembro, quando escreveram “#Está Nascendo Um Novo Líder” e “#Salvem Nossas Crianças”, respectivamente, em ruas de São Mateus e no Jardim Elba, ambas na Zona Leste de São Paulo.

No total, o grupo já pintou sete frases na cidade para chamar a atenção da sociedade para o racismo estrutural que existe no país. De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, todas as intervenções que foram feitas pelo coletivo tiveram o apoio da pasta e também da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

A primeira frase, “#Vidas Pretas Importam”, foi pintada na Avenida Paulista em 21 de novembro, após a morte de João Alberto Silveira Freitas, que foi espancado por seguranças de um supermercado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Essa ação lembrou a de manifestantes nos Estados Unidos durante os protestos contra o assassinato de George Floyd, quando as avenidas de cidades também ganharam inscrições como “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam, em tradução para o português).

Entre 26 e 27 de novembro, a Avenida 9 de Julho ganhou a frase “#O futuro é uma mulher preta”.

Inscrição 'Silêncio é apagamento' é pintada no Minhocão em SP — Foto: Nós Artivistas/Divulgação

Inscrição ‘Silêncio é apagamento’ é pintada no Minhocão em SP — Foto: Nós Artivistas/Divulgação

E em 28 de novembro, o Minhocão ganhou a frase “#Silêncio é apagamento”.

A frase “#Busque Racismo Estrutural“ na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Sul de São Paulo, foi pintada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro. A avenida foi escolhida por ser sede de importantes empresas. A ideia do coletivo é ajudar a entender o que é racismo estrutural e fazer com que as pessoas busquem o tema na internet.

Entre 18 e 19 de dezembro, foi escrita a frase “#Está Nascendo Um Novo Líder”, que faz referência à letra do samba “Zé do Caroço” de Leci Brandão. A mensagem representa a importância em debater que as futuras lideranças de ideias sociais e políticas estão na periferia. Ela foi pintada na Rua Vitório Azzalin, em São Mateus, na Zona Leste.

Frase "Salvem nossas crianças" pintada em comunidade na Zona Leste de São Paulo. — Foto: Arquivo pessoal

Frase “Salvem nossas crianças” pintada em comunidade na Zona Leste de São Paulo. — Foto: Arquivo pessoal

Já a frase “#Salvem Nossas Crianças” simboliza a necessidade de pedir que as forças de segurança do estado e das cidades parem de matar as crianças, principalmente as negras. Ela foi pintada e finalizada no dia 19 de dezembro na Rua Inocêncio de Góes, no Jardim Elba, também na Zona Leste.

O Brasil registrou mais de 12 mil casos de racismo e injúria racial no ano passado. O estado de São Paulo lidera o ranking com o maior número de ocorrências.

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G1 – Globo

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