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Forte divisão marca início de julgamento do impeachment de Trump

O julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump teve início com forte divisão sobre as regras que vão reger os procedimentos.

Forte divisão marca início de julgamento do impeachment de Trump
Forte divisão marca início de julgamento do impeachment de Trump

Redação Publicado em 22/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h19


Sessão do Senado norte-americano começou nessa terça-feira (21)

O julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump teve início com forte divisão sobre as regras que vão reger os procedimentos. O julgamento começou no Senado dos EUA nessa terça-feira (21).

A Câmara dos Representantes, controlada pelos Democratas, aprovou o impeachment de Trump no mês passado, sob acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso.

Trump foi acusado de abuso de poder por ter pressionado, visando ganho político e pessoal, a Ucrânia a investigar Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA e líder na disputa por uma indicação para disputar a presidência pelo Partido Democrata.

O caso avançou para o Senado, onde membros da Câmara vão atuar como promotores, liderados pelo presidente da Comissão de Inteligência Adam Schiff.

No primeiro dia, o advogado de Trump, Pat Cipollone, destacou a determinação da equipe de defesa de afirmar a inocência do presidente. Ele disse que “a única conclusão será de que o presidente não fez absolutamente nada de errado”.

O líder do impeachment, Adam Schiff, disse que “a maioria dos americanos não acredita que haverá um julgamento justo. Eles acreditam que o resultado já foi previamente definido”. Schiff afirma que testemunhas, incluindo o ex-secretário de Segurança Nacional John Bolton, deveriam receber permissão para depor.

O Partido Democrata também pediu que fossem apresentados documentos da Casa Branca e outros registros relacionados à suspensão temporária de ajuda militar dos EUA à Ucrânia. O Senado, liderado pelos Republicanos, se opõe à medida.

O Partido Republicano quer concluir o julgamento provavelmente até o fim de janeiro. Democratas estão tentando conquistar o apoio da população, convocando testemunhas para o julgamento.

Próximos passos

Donald Trump é o terceiro presidente da história dos Estados Unidos a enfrentar um processo de impeachment, depois de Andrew Johnson em 1868 e Bill Clinton, em 1999 – ambos absolvidos.

O julgamento no Senado é conduzido pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, com todos os senadores servindo como jurados.

Sete parlamentares da Câmara dos Representantes estão atuando como promotores. A equipe é chefiada pelo presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, um democrata que liderou as investigações do impeachment.

O advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, lidera a equipe de defesa, que inclui advogados renomados. Um deles é Ken Starr, que investigou Clinton como promotor independente.

Outra personalidade é Alan Dershowitz, que foi parte da equipe legal que ajudou o astro do futebol americano O. J. Simpson a ser absolvido em um julgamento por assassinato, de grande repercussão na década de 90.

O julgamento começou estabelecendo as regras dos procedimentos, seguido pelos discursos de abertura da defesa e acusação. Os lados têm 24 horas para apresentar seus argumentos.

Após as deliberações, senadores vão votar “culpado” ou “inocente” para cada uma das duas acusações de abuso de poder e obstrução do congresso, enfrentadas por Trump.

Uma maioria de dois terços é necessária para condenar e retirar o presidente em exercício do poder. No entanto, é esperado que ele seja absolvido, já que os republicanos são maioria no Senado.

Emissora pública de televisão do Japão

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