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“Foi tudo muito rápido para ela”: pais de Giovana Queiroz seguem passos da filha na busca por vaga em Tóquio

Do lado de fora do campo do treinamento, um casal chamava atenção pelos olhos concentrados em uma jogadora. Eram os pais de Giovana Queiroz, de apenas 17

GIOVANA
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Redação Publicado em 14/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h44


Jogadora é uma das convocadas que nesta segunda-feira enfrentam o Canadá em amistoso da seleção brasileira. TV Globo transmite ao vivo a partir de 16h (de Brasília)

No calor de San Pedro del Pinatar, município ao lado de Cartagena, sudeste da Espanha, a seleção feminina fez neste domingo o último treino antes de encarar o Canadá, segundo amistoso desta data Fifa – a TV Globo transmite ao vivo nesta segunda-feira, às 16h (de Brasília). O período serve de preparação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começa em 21 de julho para o Brasil diante da China, em partida pelo Grupo F da competição. No primeiro jogo, a equipe comandada por Pia Sundhage havia vencido a Rússia por 3 a 0.

Do lado de fora do campo do treinamento, um casal chamava atenção pelos olhos concentrados em uma jogadora. Eram os pais de Giovana Queiroz, de apenas 17 anos, jogadora do Barcelona e também da Seleção. André Luiz Costa e Viviany Queiroz Costa vivem na Espanha para acompanhar os dois filhos, atletas de futebol. O mais velho, irmão de Giovana, Andrezinho, atua na base do Leganés.

– Ela é muito jovem. Foi tudo muito rápido para ela. Tem amigos de Madri que nos encontram e falam “Nossa, como pode? Sua filha há dois, três anos estava aqui com a gente, brincava e tal e hoje tá no Barcelona e na seleção”. Nunca você vai imaginar que isso iria acontecer, mas graças a Deus aconteceu. Espero que ela continue trabalhando, brilhando. Esse é só começo. Todos os pais querem que seus filhos sejam felizes, sonho meu e da mãe. Se for no futebol ótimo, se for em outra profissão tudo bem. Não tenho uma obsessão de que eles sejam jogadores, eles estão aí nesse caminho. Eu vou apoiando e trabalhando. Quem sabe eles não consigam algo importante no futebol – afirmou André, pai de Giovana.

Sempre que pode, o casal vai aos treinos dos filhos. Atualmente, André mora em Madri com Andrezinho, e Viviany mora com Giovana em Barcelona. O casal trabalha com comércio exterior e por isso consegue ter essa mobilidade.

– Eu sou um “futeboleiro” nato, não sei nem se essa palavra é a certa. Quando fomos para os EUA meu filho começou a jogar também e desde então a gente acompanha e vai. Quando você assume esse compromisso tem treinos, viagens e tudo mais. É uma coisa que a gente sempre curtiu, sempre gostamos de estar junto com eles. Moramos nos EUA por motivos profissionais por quase oito anos e depois viemos para Espanha. Eu sei que somos privilegiados, a maioria das pessoas não tem condições de acompanhar, nosso trabalho permite que a gente tenha mais flexibilidade. Acho que estar perto ajuda sempre, poder estar perto dos teus filhos ajuda na formação – disse André.

– A tecnologia ajuda muito, nem sempre posso ir para Madri ver o André, por causa dos jogos da Giovana. Tento ir a cada 15 dias. Meu marido vai a Barcelona ficar com a Giovana. É tão gostoso quando a família fica junto – afirmou Viviany.

Duas horas e meia de trem mais uma hora de carro os separam de Pinatar. Chegaram no local no meio da semana e todo dia às 17h locais, 12h do Brasil, aparecem no CT onde a seleção está treinando.

– Coração bate muito forte. Fico muito feliz por ela. Lembro desde pequenininha e ela foi crescendo e evoluindo nos clubes e depois quando viemos para a Espanha, ela fez o teste e foi chamada. Cada vez evoluindo, primeiro ano, segundo ano, terceiro ano, três anos no Atlético de Madri. Depois ela foi para o Madri CFF, onde ela treinou com o time B e depois ela teve oportunidade de treinar com o time principal. E debutou no futebol aos 15 anos e contra o Barcelona ainda, hoje seu time. Depois de três temporadas foi chamada pelo Barcelona. Estou muito feliz também, ela tem que aproveitar as oportunidades. Estamos trabalhando. E ela é muito nova ainda, tem bola para jogar – declarou Viviany.

Giovana tem apenas 17 anos, vai fazer 18 anos no dia 21 de junho. Antes do Barcelona, jogou no Madrid FC e passou pelo Sub-17 da seleção espanhola. Como foi criada nos Estados Unidos, por conta do trabalho dos pais, começou a jogar por lá bem pequena. Chegou a defender também o Sub-17 da seleção norte-americana. Ano passado, depois de passagem pela Seleção Sub-17 do Brasil, Pia Sundhage convocou Giovana pela primeira vez para jogos preparatórios. Muito experiência com pouca idade, Giovana ainda cursa o ensino médio na escola.

– A Giovana sai de manhã pra treinar, volta para almoçar e depois ela vai para escola e estuda até às 20h. Eu fico sozinha em casa, trabalho e cuido das coisas. Moramos perto do CT, 200 metros. Não dá pra assistir ao treino sempre, se pudesse eu iria. Mas sempre que dá pra ver pra treino a gente vem. Não gostamos de atrapalhar, de ser os pais chatos. O pessoal aqui é tão legal com a gente e se a gente pode assistir ao treino a gente fica feliz, né? – disse Viviany.

Na próxima sexta-feira, dia 18, a comandante de seleção feminina divulga a lista de convocação para as Olimpíadas de Tóquio. Com chances de Giovana estar dentro da relação de convocadas, a família Queiroz Costa se mantém com os pés no chão.

– O que tem que ser será. Ela é muito nova, tem 17 anos, vai ter muitas oportunidades, está tendo muitas para o currículo dela e o que tiver que ser será. Tem que pensar que ela tem que aproveitar todas as oportunidades que ela tem, fazer sempre o melhor para crescer. Será maravilhoso se ela for para Tóquio – comentou Viviany.

Giovana Queiroz com os pais — Foto: Richard Callis/CBF

Giovana Queiroz com os pais — Foto: Richard Callis/CBF

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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