Pensado para ser "o carro do povo" indiano, o Tata Nano parece chegar ao fim da linha depois de quase 10 anos de história. O modelo indiano teve apenas 3
Redação Publicado em 12/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h09
Pensado para ser “o carro do povo” indiano, o Tata Nano parece chegar ao fim da linha depois de quase 10 anos de história. O modelo indiano teve apenas 3 unidades emplacadas em junho e apenas uma foi produzida, segundo reportou a agência Bloomberg.
A história do “carro mais barato do mundo”, lançado em 2009, é cheia de polêmicas. Apesar de atrair milhares de compradores no lançamento, ele não se firmou como um fenômeno de vendas.
A simplicidade exagerada acabou afastando compradores e não chegou a conquistar quem andada sobre duas rodas, o principal público-alvo da montadora. E tanta economia acabou colocando a segurança do projeto em xeque, após casos de incêndio e mau desempenho em teste de colisão.
Relembre abaixo a trajetória do Tata Nano:
A Tata revelou o Nano no Salão de Nova Délhi, prometendo que o carro chegaria às lojas ainda naquele ano. No mesmo ano, a montadora anunciou a compra da Jaguar Land Rover, que pertencia à Ford.
Durante mais de 1 mês, a fábrica que estava sendo erguida para a produção do Nano, em Bengala ocidental (leste da Índia), foi alvo de protestos de camponeses irritados com a requisição pelo governo de Bengala de terras agrícolas para transformá-las em terrenos industriais.
A Tata ameaçou abandonar o projeto de US$ 350 milhões se as manifestações de continuassem. Depois, prometeu devolver aquelas terras e mudou a fábrica para um novo local, em Gujarat, na costa oeste, mas o 1º lote de Nanos acabou sendo fabricado em uma instalação no norte da Índia.
Com atraso, o Nano é lançado na Índia. Com motor de 624 cilindradas, com 35 cavalos de potência, o preço inicial foi de 100 mil rúpias, o equivalente na época a US$ 2 mil e a R$ 4 mil.
Por causa do atraso na construção da fábrica, os primeiros compradores teriam de esperar até 1 ano para receber o carro.
O primeiro Nano foi entregue a Ashok Vichare, que ficou descalço e fez um ritual religioso antes de entrar no carro para dar uma volta com a família pelas ruas de Mumbai.
A empresa chegou a anunciar um Nano mais equipado, com airbags, promentendo vendê-lo nos EUA em 2011, mais caro do que o indiano, o que nunca aconteceu.
Ao menos 4 casos em que um Nano pegou fogo foram registrados na Índia. A montadora negava problemas na segurança no veículo. Em um deles, registrado na foto acima, o carro pertencia a um engenheiro que passeava com a esposa e o filho de 5 anos.
Na primeira avaliação de carros indianos pelo Global NCap, entidade independente que realiza testes de segurança, o Nano foi reprovado. No teste a 64 km/h, o carro não recebeu nenhuma estrela de proteção tanto para adultos nem para crianças.
Além de ter estrutura fraca, foi criticado por não possibilitar o uso de cadeirinhas para crianças.
Também foram reprovados o carro mais vendido na Índia na época, o Suzuki Maruki Alto 800, o Hyundai i10, o Ford Figo e o Volkswagen Polo, todos produzidos naquele país.
A segunda e atual geração do Nano foi chamada de GenX, mas manteve o mesmo motor.
Na época, custava quase o dobro da primeira geração, 199 mil rúpias, cerca de R$ 9 mil. E passou a ter versões mais caras, com ar-condicionado e câmbio automatizado, por exemplo.
Sem airbags ou freios ABS, ganhou apenas “reforço na estrutura”, segundo a Tata. Atualmente, parte de cerca de R$ 13 mil.
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