Persistência é a palavra que melhor define a vida e a carreira de Fofão, mulher brasileira com o maior número de medalhas em Olimpíadas. Foram três: bronze em
Redação Publicado em 26/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h17
Persistência é a palavra que melhor define a vida e a carreira de Fofão, mulher brasileira com o maior número de medalhas em Olimpíadas. Foram três: bronze em Atlanta 96 e Sidney 2000 e o tão sonhado ouro em Pequim 2008. Persistência desde o início difícil na periferia de São Paulo, junto aos sete irmãos, passando pelos sete anos como reserva na seleção, até a conquista do ouro, como protagonista, na última das cinco Olimpíadas disputadas.
O Ubuntu Esporte Clube teve a honra de receber esse ícone do esporte brasileiro para bater um papo no podcast sobre a gloriosa carreira de Fofão, as questões raciais que envolvem o esporte e as expectativas para a seleção brasileira feminina de vôlei nos Jogos de Tóquio.
Na opinião de Fofão, capitã da seleção em Pequim, a levantadora Macris, do Minas, está na frente entre as levantadoras que brigam por vaga em Tóquio.
– Tem quatro que estão na briga. Pra mim, quem tem vaga garantida é a Macris. Fabíola, Dani Lins e Roberta, eu acho que estão iguais no momento. Dessas três, eu ainda não consigo definir uma. Mas são essas três que disputam a outra vaga, na minha opinião – afirmou Fofão.
Fofão comemora o ouro conquistado nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008 — Foto: Reprodução FIVB
Outra indefinição do grupo que defenderá o Brasil nas Olimpíadas é o dilema que vive o técnico Zé Roberto Guimarães, entre trazer de volta jogadoras experientes ou apostar em atletas com menos vivência na seleção. Para Fofão, em meio à pandemia, com pouco tempo de preparação, terá que ser convocada quem estiver no melhor momento.
– É uma situação muito diferente essa que a seleção tá vivendo. É um campeonato de tiro curto, não tem muito tempo. Terão que ser convocadas as jogadoras que realmente estiverem bem. É importante ter jogadoras experientes, mas só o nome não é suficiente. Nesse momento, o Zé Roberto precisa de jogadoras que vão lá pra decidir. Das mais experientes, a Sheilla foi a que demorou mais pra voltar à atividade. Ela tá começando a jogar um campeonato nos Estados Unidos praticamente agora. É uma jogadora com uma experiência incrível, não tem o que falar dela. Mas ela tem noção das condições em que ela está hoje, que não são as ideais – analisou Fofão.
Capitã da seleção em Pequim, Fofão é erguida pelas companheiras após a conquista — Foto: Agência EFE
Sobre as chances do Brasil repetir os feitos de Pequim e Londres, quando conquistou o bicampeonato olímpico do vôlei feminino, Fofão não considera a seleção favorita pro título, mas vê potencial para estar no pódio em Tóquio.
– Eu não vejo essa seleção como favorita. Porque não fez um ciclo legal, como deveria ser, muitas jogadoras com problemas físicos e por 2020 ter sido um ano perdido pra seleção. Seria um ano importante pro Zé observar e recuperar algumas jogadoras. Mas eu acredito no Brasil no pódio. Mesmo com todos esses problemas, acho que temos jogadoras com potencial e capacidade pra estar no pódio. Mas vai ser uma Olimpíada bem difícil. Vai ter que ser na raça e com um grupo muito unido – disse Fofão.
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Fonte: GE – Globo Esporte.
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