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Final feliz para a polêmica regra de classificação à elite mundial de 2022

Como estamos um dia atrás da Austrália no fuso horário, dá até para brincar com relação aqueles já manjados memes do já é alguma coisa na Austrália. Ao

Final feliz para a polêmica regra de classificação à elite mundial de 2022
Final feliz para a polêmica regra de classificação à elite mundial de 2022

Redação Publicado em 05/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h48


Como Boas Ondas previu, WSL cede à pressão dos surfistas e vai seguir critérios técnicos para preencher vagas-extras

Como estamos um dia atrás da Austrália no fuso horário, dá até para brincar com relação aqueles já manjados memes do já é alguma coisa na Austrália. Ao acordar nesta sexta-feira, recebi um áudio no celular avisando que, na Austrália, a World Surf League já tinha informado que vai respeitar o ranking da Challenger Series em caso de dupla qualificação de atletas do CT, como sempre foi. Pela regra criada este ano, caso algum surfista do CT terminasse entre os 12 classificados para a elite de 2022, a vaga seria da WSL, que usaria “critérios próprios” para escolher os convidados de temporadas.

Já que falamos de memes, um fenômeno de hoje em dia, nada como lembrar uma máxima bem antiga: a união faz a força. Ao perceberem a brecha no livro de regras, os surfistas que disputam a CS se uniram e, mais do que se unir, se organizaram. Criaram um grupo, elegeram informalmente representantes regionais e fizeram um abaixo-assinado com 130 signatários, entre eles alguns dos tops do mundo, como os brasileiros Gabriel Medina, Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e Tati Weston-Webb.

Surfista do CT, Griffin Colapinto está em 9º no ranking da CS e pode abrir mais uma vaga com o recuo da WSL — Foto: Sean Rowland/WSL

Surfista do CT, Griffin Colapinto está em 9º no ranking da CS e pode abrir mais uma vaga com o recuo da WSL — Foto: Sean Rowland/WSL

A resposta veio em menos de uma semana, o que mostra que a WSL já devia estar atenta ao tema que reverberava nos bastidores e ganhara espaço na mídia. O documento foi enviado para a Liga dia 29 de janeiro e Boas Ondas analisou a situação, apostando que a WSL cederia. A resposta chegou por e-mail para os atletas, durante a noite aqui no Brasil. Para o Boas Ondas, veio por meio de uma mensagem de voz de Pedro Robalinho, técnico brasileiro que mora no Havaí desde 2016.

“A WSL respondeu nosso requerimento e a resposta foi positiva. Eles se comprometeram a seguir o critério esportivo nessa temporada de 2021, como estávamos pedindo. Assim, a vaga do Kanoa Igarashi já vai para o 13º e o ranking será seguido em caso de novas vagas. Foi uma vitória da classe dos surfistas profissionais da Challenger Series, da WQS, de todo mundo que se importa com o critério esportivo e quer se classificar para o CT. Fico feliz por participar do processo e pela a WSL ter levado nossos pleitos em consideração”, disse o Robalinho, um dos responsáveis por organizar o grupo e elaborar o abaixo-assinado.

Em seu comunicado, a WSL reconhece que a nova regra causou incomodo e estresse nos competidores e que esta não era a intenção da entidade. Além disso, diz que eles estão aprendendo junto e agradece a parceria com os atletas.

“Nos comprometemos com você que não levaremos nenhum convidado de temporada em nome da WSL em 2021. Em caso de dupla qualificação, as 12 vagas para homens e seis vagas para mulheres disponíveis virão da Challenger Series”, diz um trecho do e-mail enviado para os atletas.

A WSL também se comprometeu a rediscutir a regra com os representantes dos surfistas e reforçou que mudança foi feita para dar mais flexibilidade em caso de surfistas lesionados.

A regra desagradava não apenas os atletas da CS, mas também os surfistas do CT, como já citado Kanoa Igarashi. Classificado pelo CT e líder do ranking da CS, ele poderia tirar uma vaga de um surfista que batalhou, gastou muito dinheiro para disputar da segunda divisão do surfe, sonhando com o acesso.

“De repente, eu me senti sem vontade de derrotar ninguém. Eu me sentia como se estivesse surfando para a WSL, para dar uma vaga para ela”, disse o líder do ranking durante a etapa de Hossegor, na França.

No momento, dois surfistas do CT estão no G-12, que passaria a ser G-14, Kanoa e o americano Griffin Colapinto, em nono. Porém, como o italiano Leonado Fioravante ocupa o 13º lugar, no momento o ranking da CS classificaria até a décima-quinta colocação, aumentando as chances dos brasileiros que estão na briga.

Boas Ondas adora um final feliz!!

Boas ondas!

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Globo Esporte

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