A realidade é que podemos encher as empresas de Comitês de inclusão e as Universidades de cotas, mas muito pouco vai adiantar se não olharmos para a
Redação Publicado em 16/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h58
A realidade é que podemos encher as empresas de Comitês de inclusão e as Universidades de cotas, mas muito pouco vai adiantar se não olharmos para a distribuição de riquezas no país.
Sei que você pode até estar cansado desse tema. Porém, também sei que no fundo você quer um país melhor. Portanto, amigo leitor, peço sua atenção e compaixão especial para essa coluna.
Vamos voltar um pouco na história. Do ponto de vista social, o Brasil foi um dos, senão o último país a sair do período escravocrata, em 1888. Naquela época, a abolição foi votada pela elite evitando a reforma agrária. Portanto, numa população onde negros e pardos representam mais do que 50%, tivemos um total de 0% dessa etnia com direito a compra de terras. Mesmo se tivessem direito, obviamente não teriam dinheiro, pois, eram escravos.
Sob o prisma econômico, vivemos num sistema monetário baseado no crédito onde temos juros em cima de juros e, a esmagadora maioria dos donos são, adivinhe quem? Os brancos. Sem delonga no sistema classista, sabe qual a chance de um negro ascender no país? Exato, quase remota. Sem falar de redistribuição de riquezas, vamos ter que continuar romantizando o filho da empregada que pegava trem sem tênis e estudou em Harvard mesmo assim.
Vamos entender melhor a engrenagem.
Os negros não tiveram acesso nem condições de comprarem terras, logo são mais pobres. Sendo mais pobres, não geram riqueza e não podem pagar por uma boa educação. Sem educação, não entendem como “o jogo” funciona, logo, são as pessoas que têm mais dificuldades para montar um negócio e ainda são as que vão parcelar os eletrodomésticos em 10 vezes pedindo mais crédito para os bancos, os quais são gerenciados por milionários com donos bilionários, aqueles que estudam em escolas “boas” para vender ainda mais produtos para essa parcela da população desinformada. Esse ciclo é tão desumano que ouso chamá-lo de neo-escravização, visto que quem está nele, coloca toda sua energia vital para manter um sistema de conforto para meia dúzia.
Entendo a necessidade e a relevância de trazermos à tona todas as frentes de antirracismo, mas preciso ser sincero e reforçar que devemos colocar a energia na causa e não nos sintomas. É praticamente impossível, talvez desumano deixarmos a agenda de distribuição de riquezas no Brasil tão de lado. Não podemos mais esconder nosso passado, precisamos é repará-lo.
Comparado ainda aos Estados Unidos, a criticidade no Brasil deve ser muito maior. Falar de diversidade é considerar que os negros são uma minoria, como na terra do tio Sam. Porém, no Brasil, estamos falando da maioria. É muito mais que diversidade, é direito de existir.
Talvez, no mais íntimo, estamos enfrentando o medo de abrir mão das conveniências. Afinal, num sistema onde a competição é incentivada, talvez seja confortável viver em circunstâncias onde a competitividade é baixa e a massa desqualificada. Mas será que é verdade que estamos tão satisfeitos assim como sociedade? Será que é por de trás de portões e carros blindados que queremos viver, fechando os vidros em semáforos para crianças de seis anos de idade vendendo doces enquanto temos quilômetros de terras improdutivas pelo país?
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