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Feirão Limpa Nome: Serasa e bancos fazem campanhas de renegociação de dívidas

Com a inflação elevada e mostrando uma persistência bem maior que a esperada, a escalada dos juros e o alto desemprego, o número de brasileiros endividados

Feirão Limpa Nome: Serasa e bancos fazem campanhas de renegociação de dívidas
Feirão Limpa Nome: Serasa e bancos fazem campanhas de renegociação de dívidas

Redação Publicado em 07/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h42


Com a inflação elevada e mostrando uma persistência bem maior que a esperada, a escalada dos juros e o alto desemprego, o número de brasileiros endividados está próximo do recorde e um velho instrumento para tentar ajudar quem está com o orçamento apertado voltou à tona com toda força: os feirões de renegociação de dívida.

Em janeiro, o Valor informou que esse tipo de iniciativa estava ganhando força. E agora, poucos meses depois, novas edições estão sendo anunciadas. Veja ao final da reportagem as datas e como participar.

Segundo um novo estudo da Serasa, o número de inadimplentes no país voltou a crescer e atingiu 64,82 milhões, muito próximo ao pico da pandemia, registrado em abril de 2020 (65,91 milhões). O valor total das dívidas alcança neste momento R$ 260,7 bilhões, quase R$ 2 bilhões a mais do que naquela época.

Novos feirões

Devido a esse cenário “extremamente difícil”, Serasa preparou um Feirão Limpa Nome Emergencial.

“A gente terminou 2021 com expectativas boas, com o avanço da vacina, as coisas voltando a abrir, mas depois veio a ômicron e tomamos um banho de água fria. A inflação está no nível mais elevado em uma década e agora ainda temos essa guerra na Ucrânia, que não se sabe direito os efeitos que terá por aqui”, comenta Matheus Moura, gerente da Serasa.

Já o Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, realizado em novembro do ano passado, também ganhará uma nova versão agora. A iniciativa, promovida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Banco Central, Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país, permitirá que o devedor tenha a oportunidade de conhecer e quitar seus débitos em atraso, e tenha acesso a conteúdo exclusivo sobre educação financeira.

O Santander, que lançou sua campanha “Desendivida” em janeiro, disse que a iniciativa superou todas as expectativas. O banco abriu suas agências em um sábado especificamente para essas negociações, e chegou a atender 40 mil pessoas só naquele dia, repactuando R$ 600 milhões em valores totais dos contratos. A campanha vai até o fim de março e, em janeiro, atendeu um total de mais de 500 mil pessoas, com volume de R$ 4 bilhões.

“O sucesso foi tão grande que estamos estudando abrir as agências de novo só para isso, mas não aos sábados, e sim com um horário estendido na semana do dia 14 de março”, conta Vanessa Lobato, vice-presidente executiva de varejo do Santander.

Em novembro e dezembro, o Feirão Limpa Nome, da Serasa, resultou na renegociação de quase 4 milhões de contratos, com mais de R$ 10 bilhões concedidos em descontos de multas e juros.

Agora, de 7 a 31 de março, mais de 33 milhões de pessoas poderão renegociar suas dívidas com mais de cem empresas, com descontos que chegam a 99% do valor total. São de bancos a empresas de telefonia, varejo, universidades e outros segmentos. Por enquanto o atendimento será 100% digital, mas a Serasa estuda a possibilidade de realizar um evento presencial, pelo menos em São Paulo.

Vanessa Lobato, do Santander, diz que é importante que o cliente se sinta acolhido e que a forte adesão à campanha mostra que os endividados têm intenção de regularizar sua situação

O feirão dos bancos também vai de 7 a 31 de março. “O mutirão nacional é uma ação conjunta que não apenas contribui para o reequilíbrio orçamentário das famílias, mas, principalmente, promove a educação financeira, que é fundamental para que o consumidor consiga evitar o endividamento de risco, tenha mais informações sobre produtos e serviços bancários e melhore sua saúde financeira”, afirmou em nota Isaac Sidney, presidente da Febraban.

Segundo a federação, durante a pandemia os bancos renegociaram voluntariamente mais de 19 milhões de contratos, repactuando R$ 1,1 trilhão de saldos devedores e suspendendo R$ 150 bilhões em prestações.

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G1

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