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‘Fatalidade’, palavras do delegado que investiga o acidente no parque aquático em Olimpia

O delegado que investiga o caso do empresário que ficou tetraplégico em um parque aquático de Olímpia (SP) há um ano, Marcelo Pupo de Paula, acredita que o

‘Fatalidade’, palavras do delegado que investiga o acidente no parque aquático em Olimpia
‘Fatalidade’, palavras do delegado que investiga o acidente no parque aquático em Olimpia

Redação Publicado em 22/07/2016, às 00h00 - Atualizado às 00h49


Empresário caiu de brinquedo há um ano e ficou tetraplégico.
Delegado de Olímpia deve concluir inquérito em uma semana.

O delegado que investiga o caso do empresário que ficou tetraplégico em um parque aquático de Olímpia (SP) há um ano, Marcelo Pupo de Paula, acredita que o acidente foi uma fatalidade e diz que deve concluir o inquérito em uma semana. “Na verdade o que deu repercussão nesse caso foi a fatalidade, e a lesão gravíssima que ele ficou, porque perdeu as funções dos membros. Na legislação vigente, é um crime de menor potencial ofensivo. É uma lesão corporal culposa e não dolosa, quando tem intenção de ferir”, afirma o delegado em entrevista ao  nesta quinta-feira (21).

empresário Carlos Alberto Magon ficou tetraplégico após cair de um brinquedo do parque chamado “bolha gigante” – com aproximadamente quatro metros de altura, o brinquedo é cercado por uma piscina com um metro de profundidade.

Segundo o cunhado da vítima, Fábio Henrique Machado, uma pessoa pulou perto do empresário e ele caiu da bolha. Com a queda, as vértebras C4 e C5, que ficam perto da nuca, foram lesionados.

Na época do acidente, a direção do Thermas dos Laranjais disse que prestou toda a assistência à vítima. O BD procurou o estabelecimento na quinta-feira (21), mas até a publicação dessa reportagem não teve resposta.

O parque também informou, na época do acidente, que o equipamento tem monitoramento em tempo integral, com placas de indicações de uso e não apresentou ou apresenta qualquer risco, defeito ou vício. Também alegou que o brinquedo é seguro e já foi utilizado por milhares de pessoas sem nenhuma intercorrência.

O delegado diz que ouviu testemunhas e todas as pessoas relacionadas ao acidente no parque, inclusive o empresário, que mora em São Bernardo do Campo (SP) e vive atualmente em uma cama. “Semana que vem vou concluir o inquérito. Ouvi algumas pessoas nas últimas semanas e vamos terminar o inquérito e mandar para a Justiça. O empresário foi ouvido por carta precatória, já que mora em São Bernardo do Campo. O delegado de lá que ouviu o empresário”, diz.

Marcelo diz que a polícia realizou também laudos periciais no brinquedo e está tudo anexado ao inquérito que deverá ser encaminhado ao fórum. “É um crime que para ele ter início depende de vontade da vítima. Se ele não se manifestar em seis meses do acontecido, ele decai. Mas como deu repercussão, uma fatalidade grande, e a família fez um registro, nós instauramos inquérito. Mas seria um termo circunstanciado e encaminhado para o Jecrim (Juizado Especial Cível e Criminal). Quando eu mandar para o fórum, acredito que o juiz vai pedir para mandar ao Jecrim”, diz

Tetraplégico
O empresário foi socorrido e levado pelos funcionários do parque aquático até a Unidade de Pronto Atendimento de Olímpia. Em seguida, ele foi encaminhado para a Santa Casa local e logo transferido ao Hospital Austa, em São José do Rio Preto.

No hospital foi constatada a tetraplegia, onde ficou 50 dias internado. No período, sofreu três paradas cardíacas e teve de passar por uma traqueostomia. O procedimento deixou Carlos com dificuldades para falar.

Segundo a família, a direção do parque pagou, durante sete meses, os gastos de serviço “home care”, que é o atendimento feito por profissionais da saúde em casa. Para conseguir este atendimento, a família entrou com pedido de liminar. Carlos tem uma enfermeira 24 horas e precisa da ajuda de mais uma pessoa.

Eduardo Lemos Barbosa, advogado da família, afirma que, ao longo deste ano, foram feitas reuniões com o parque em busca de um acordo. Agora ele afirma que vai entrar com ação indenizatória por danos morais, danos materiais e danos estéticos.

“O dano material, por exemplo, é uma equação matemática. O salário dele deve ser mantido. Mostramos quanto ele ganha, comprovado pelo imposto de renda. Isso são números que devem ser repostos”, afirma o advogado.

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