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Fabricio Caruso: A arte do encontro

A arte do encontro

Fabricio Caruso: A arte do encontro
Fabricio Caruso: A arte do encontro

Redação Publicado em 03/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h38


A arte do encontro

Ah, como faz falta encontrar com as pessoas, abraçá-las e conviver pessoalmente. Tenho certeza de que para vocês também faz! Em tempo de liberdade, ah mais que saudade… Quero ir e vir!

Sempre convivi com muita gente. Sinto falta de me encontrar com os amigos no bar toda semana, de ir aos jogos de futebol, de cantar o jogo inteiro com a torcida dentro do estádio, além de abraçar um desconhecido ao lado apenas para compartilhar a alegria comum do gol. Tenho saudade de ir na roda de Capoeira jogar e cantar minhas ladainhas; ir na mata ouvir o tambor e sentir a força espiritual junto com meus irmãos de fé. Tenho saudade de ir no Samba de Roda e cantar João Nogueira: “Melhor é viver cantando, as coisas do coração, é por isso que eu vivo no Clube do Samba, com essa gente bamba, eu me amarro de montão”.

Clubes! Clube de Samba, Clube de Comédia, Clube Esportivo, lugares que temos nossas relações sociais, onde todos se encontram e convivem momentos leves, sempre em clima amistoso. Clube é onde os afins comungam livremente seus gostos e opiniões. Todos que me conhecem sabem que valorizo ambientes com atividades, onde se compartilham experiências, conversas e discussões saudáveis do contraditório. Minha reflexão vai ao encontro de podermos curtir mais os clubes, deixa a vida mais leve e, se você não vai a nenhum, comece a ir depois da pandemia, não irá se arrepender.

Em um momento temporário que não podemos estar juntos fisicamente, valorizo ainda mais a importância dos clubes que temos na cidade de São Paulo. Dos clubes socioculturais e esportivos que conheço, posso falar de dois excelentes: os vizinhos Hebraica e Pinheiros, onde vi milhares de famílias convivendo felizes e em harmonia. Também são diversos os clubes públicos comunitários que já fui nas periferias, os Clubes da Comunidade (CDC), que são espaços de lazer e convívio de famílias e amigos com diversas atividades. Sempre os frequentei – e frequento até hoje. Meu grupo de Capoeira desenvolve trabalho em um deles há 7 anos. Em Lisboa, há diversos “clubes de colectividade” públicos, e quando morei lá, foi neles que encontrei acolhimento e me senti em casa.

Então é tempo! No reinício do convívio físico entre nós, escolha livremente fazer parte de algum clube, não fique só no Clube da Live.

E neste instante, escrevendo a vocês, pratico mais um pensamento da filosofia Guaracyana: “Joguei o meu laço, mas guardei o meu braço para o próximo abraço que eu quero te dar”. E como dizia o poeta Vinícius de Moraes, “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.

Fabricio Caruso: A arte do encontroFABRICIO RICO CARUSO, é Relações Institucionais e Colunista do Jornal Diário de S.Paulo. Formado em Gestão Pública, MBA em Relações Institucionais pelo Ibmec/DF, com conclusão final em Gestão e Estratégia Política em Washington DC, EUA.

Membro-Fundador do CAMP – Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político. Firmou Termo de Compromisso no TSE para combate às Fake News no Brasil (2018). Foi jurado do 1° Prêmio CAMP da Democracia (2019).

Coautor do livro “Da Lava-Jato à Sétima República”, Cap. “Aliança Estratégica entre o Poder Público e o Setor Privado”, 2019, Casa Política.

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