Nas quadras de vôlei, Fabiana Claudino é considerada uma das maiores centrais da história. A bicampeã olímpica cumpriu a missão e se aposentou da seleção
Redação Publicado em 26/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h13
Nas quadras de vôlei, Fabiana Claudino é considerada uma das maiores centrais da história. A bicampeã olímpica cumpriu a missão e se aposentou da seleção brasileira para realizar o maior sonho de todos: o de ser mãe. Há seis meses, a atleta de 36 anos deu à luz Asaf, e há pouco mais de três voltou a treinar – agora pelo time de Osasco, onde pela primeira vez conquistou o título do Campeonato Paulista.
– Eu falo que se eu jogar bolinha de gude é para ganhar o título. Essa é uma história diferente, é um momento novo. Eu não tinha o Campeonato Paulista e foi engraçado porque aqui no time todo mundo ficava me zoando. Não parece, mas eu ficava irritada com isso. Fui campeã mineira, carioca, e também queria ser campeã paulista. Para a Superliga, estou numa expectativa muito grande porque estou de casa nova, time novo, fiquei um ano e meio parada e vindo de uma gestação… então, tudo é novo – contou Fabi.
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A correria entre os compromissos com o esporte, a casa e o filho não tira o sorriso do rosto da atleta, que garante que está mais realizada do que nunca e que vai brigar pelo sétimo título da Superliga.
– Minha rotina é uma loucura. Minha mãe, que está em casa me ajudando, me pergunta como eu aguento tanto, e eu respondo “mãe, eu só faço”. Eu não paro para pensar muito. Acordo às seis e meia da manhã, já arrumo pequeno, eu ou meu esposo levamos ele cedo para o berçário lá pelas sete e meia, oito da manhã. Venho para o treino, saio daqui por volta de onze e meia, quase meio-dia, vou pra casa. Às vezes tenho pilates e massagem. Às quatro volto para o treino e umas seis da tarde pego o Asaf no berçário. Volto para casa, dou banho nele, dou janta e no dia seguinte começa tudo de novo – expicou a central.
Fabi admite que não tem sido fácil a rotina dupla, mas que nunca esteve tão feliz.
– Senti muita saudade da quadra, durante a gravidez eu fiquei acompanhando os campeonatos e sentia uma incerteza se iria conseguir voltar, se ia ter algum time interessado. Nós mulheres sabemos o quanto a nossa vida depois que a gente decide ser mãe. Hoje estou me sentindo mais confiante, estou me sentindo mais presente dentro de quadra e muito feliz com a volta. Asaf está com seis meses, e não foi fácil. Ainda não estou dormindo aquela noite pesada, que consigo realmente descansar. É uma luta diária, mas, quando eu chego em casa e vejo aquele sorriso do pequeno, vejo quanto vale a pena estar de volta. Ele é meu foco hoje e espero que ele consiga me ver dentro de quadra sentindo orgulho da mamãe- complementou.
Antes da estreia na Superliga, que será no próximo sábado contra o Fluminense, Fabi fez quatro jogos: dois da semifinal e dois da final do Paulista.
– Voltei muito rápido, se você analisar friamente, eu voltei quando o Asaf só tinha três meses. Eu pensava “Como vou fazer? Vou deixar ele na escola? Será que vou ter alguém para me ajudar?” Eu e meu esposo decidimos da melhor forma que, por mais que seja um período que exige um pouco mais da gente, é um período que não volta. Por isso queríamos aproveitar da melhor forma possível. Fiquei um mês treinando sozinha para equilibrar o meu corpo, mas dentro de quadra com o time tem dois meses que estou treinando pesado – explicou a bicampeã olímpica.
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