O exame anatomopatológico final do Papa Francisco confirmou que ele tinha uma estenose diverticular grave no cólon, com sinais de uma diverticulite
Redação Publicado em 07/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h58
O exame anatomopatológico final do Papa Francisco confirmou que ele tinha uma estenose diverticular grave no cólon, com sinais de uma diverticulite esclerosante, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Vaticano.
Na terceira idade, é comum que apareçam “saquinhos” na parede dos tubos do intestino — eles surgem principalmente pelo enfraquecimento natural dos tecidos. Essas “bolsas” são os divertículos.
A diverticulite é uma inflamação dessas protuberâncias. As inflamações deixam cicatrizes nos tubos do intestino, e a parede do órgão fica mais grossa —o que dificulta a passagem do material pelo tubo digestivo. Esse estreitamento do órgão é a estenose.
O quadro pode ser tratado com remédios, mas quando há sangramento do intestino, é preciso submeter o paciente a uma operação cirúrgica.
O papa passou por uma colectomia (ou seja, remoção de uma parte do cólon), explicou o Vaticano.
De acordo com a imprensa italiana, os cirurgiões que operaram o papa no domingo fizeram uma laparoscopia. Este procedimento permite trabalhar na região do abdômen, graças a uma pequena incisão.
A presença de uma cicatriz de uma operação anterior na mesma área obrigou os médicos, porém, a mudarem de técnica. Com isso, recorreu-se a uma operação cirúrgica tradicional, mais invasiva e com um período mais longo de recuperação.
Não foi necessário recorrer à colostomia, que consiste em abrir o cólon, artificialmente, para que as fezes sejam evacuadas em uma bolsa. O papa também não teve febre após a intervenção, segundo as mesmas fontes.
Ele permanecerá internado no Hospital Gemelli, em Roma por uma semana, a menos que haja complicações.
No comunicado desta quarta-feira, informa-se que o papa já não recebe mais remédios via venosa. Ele está comendo normalmente e a recuperação é considerada regular e satisfatória.
Francisco está internado em um quarto no 10º andar do hospital, o mesmo usado pelo falecido João Paulo II em diferentes ocasiões. Duas delas foram especialmente delicadas: após sofrer uma tentativa de assassinato, em 1981, e quando teve um tumor no cólon, em 1992.
De acordo com o jornal “Il Corriere della Sera”, o papa quis se submeter a esta operação no início do verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), época em que tinha menos compromissos. Assim, poderá se recuperar com tranquilidade.
O pontífice suspendeu as audiências gerais das quartas-feiras durante o mês de julho e não tem encontros programados em sua agenda oficial até o próximo domingo, quando deverá aparecer na varanda do palácio pontifício para a oração do Ângelus.
Se ainda estiver hospitalizado nesse dia, poderia pronunciar a oração da janela do hospital, como já fez João Paulo II.
Nascido em 17 de dezembro de 1936 na Argentina, o papa Francisco teve o lobo superior do pulmão direito removido aos 21 anos, devido a uma pleurisia. Ele sofre de problemas nos quadris e ciática.
“Não tenho medo da morte”, disse o papa em um livro de entrevistas a um jornalista argentino em 2019.
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G1
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