Diário de São Paulo
Siga-nos

Estudante de farmácia da USP vai integrar ação global da ONU

O grupo de pesquisadores da ação global #EquipeHalo (em inglês#TeamHalo), criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), vai receber mais um brasileiro.

Estudante de farmácia da USP vai integrar ação global da ONU
Estudante de farmácia da USP vai integrar ação global da ONU

Redação Publicado em 07/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 22h33


Ele é coordenador do Grupo União Pró-Vacina criado em 2019 na USP

O grupo de pesquisadores da ação global #EquipeHalo (em inglês#TeamHalo), criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), vai receber mais um brasileiro. Dessa vez, o convite foi feito para o estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, Wasin Syed. Nesta semana, a cientista Jaqueline Goes de Jesus, que sequenciou os primeiros genomas do novo coronavírus na América Latina, já tinha começado a integrar a ação das Nações Unidas. Halo significa auréola em português e representa o anel da ciência que circunda o globo.Estudante de farmácia da USP vai integrar ação global da ONUEstudante de farmácia da USP vai integrar ação global da ONU

Wasin Syed é coordenador do Grupo União Pró-Vacina, que combate fake news denunciando vídeos contra vacinas e produz material educativo sobre a imunização. “Agora fazendo parte de um grupo da ONU, a gente está junto a outros pesquisadores e outras pessoas que têm o mesmo objetivo de melhorar a imagem da vacina no mundo. A vacina é uma questão de saúde pública muito importante. Menos pessoas se vacinando, mais chance de doenças proliferarem e doenças que não tínhamos há anos, voltarem como o sarampo”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

O estudante contou que o Grupo União Pró-Vacina foi criado em 2019 na USP, quando não tinha surgido o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Segundo Wasin Syed, a preocupação era a queda na cobertura vacinal que vinha ocorrendo no Brasil, porque parte da população não procurava a imunização. “Caiu bastante a cobertura vacinal e a gente resolveu criar o Grupo, não exatamente para combater a fake news, mas de atuar como poder público, prefeituras, secretarias de saúde, produzindo material para ajudar as pessoas a voltarem a ter confiança em vacinas. Agora com a Covid, os grupos anti-vacina cresceram bastante com produção de conteúdo contra vacina”, revelou.

Instituições

Além da USP, a campanha que envolve profissionais de vários países, inclui instituições respeitadas como Harvard, Imperial College London e Wits University. O desafio é atualizar e aproximar o público dos trabalhos dos pesquisadores em perfis nas redes sociais. Os integrantes fazem vídeos no TikTok e no Instagram para explicar seu trabalho na busca pelas vacinas contra a Covid-19.

Para a pesquisadora Jaqueline Goes de Jesus, é importante desenvolver uma comunicação mais acessível e didática com o público. “Participar da #EquipeHalo está sendo a concretização de um projeto que eu sempre pensei em desenvolver quando fiquei conhecida como uma grande cientista no Brasil. A sociedade é o objeto de estudo das Ciências e é para ela que o produto desses estudos deve ser direcionado”, disse,

A cientista acrescentou que levar informações para a população, em uma linguagem mais simples, sobre o que está sendo feito, é uma forma de devolver à sociedade todo o investimento que tem sido feito ao longo dos anos. Jaqueline disse ainda que está gostando muito de ter criado um perfil no TikTok para começar a produzir conteúdos para o projeto.

A iniciativa mostra o cotidiano dos cientistas, chamados de guias, que trabalham com pesquisas sobre a COVID-19. Eles contam suas histórias, voluntariamente, e postam vídeos que destacam a seriedade e o empenho de todos para enfrentar a pandemia. Os guias podem ainda responder perguntas do público e esclarecer sobre boatos e informações incorretas.

Além da cientista, o Brasil já conta com mais três guias. Natalia Pasternak, que é pesquisadora visitante do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV), e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência. Outro guia é Gustavo de Miranda, que lidera a pesquisa de desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus, como também para vacinas para chikungunya e zika vírus, no Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Mais um guia é Rômulo Neris. O foco da pesquisa de doutorado dele na Universidade Federal do Rio de Janeiro é a forma como o sistema imune reage ao novo coronavírus.

Na visão da sub-secretária-geral de Comunicação Global da ONU, Melissa Fleming, a desinformação interferiu na confiança do público nas vacinas e a intenção é que a #EquipeHalo mude este cenário. “São pessoas incríveis fazendo a ciência ser parte de uma colaboração global. Devemos comemorar o fato destes profissionais nos ajudarem a colocar um fim nesta terrível pandemia”, disse.

.

.

.

AGENCIA BRASIL

Compartilhe  

últimas notícias