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Esquema tático, relação com time, erros e acertos: como é o trabalho de Holan, novo técnico do Santos

Estreante e pouco conhecido no futebol brasileiro, Ariel Holan comandará o Santos na próxima temporada. O argentino assinou contrato até o fim de 2023 e

Santos
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Redação Publicado em 23/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h29


O que o Peixe pode esperar? Jornalistas que acompanharam carreira do argentino opinam

Estreante e pouco conhecido no futebol brasileiro, Ariel Holan comandará o Santos na próxima temporada. O argentino assinou contrato até o fim de 2023 e assume a equipe a partir do Campeonato Paulista.

Mas o que o torcedor do Santos pode esperar de Holan? Como foram seus últimos trabalhos? E a forma de jogar? Qual esquema costuma armar suas equipes? Teve bom relacionamento com os elencos que dirigiu?

Logo em suas primeiras palavras como novo técnico do Peixe, Holan fez questão de citar que deseja uma equipe com “ideia clara de jogo” e “mentalidade ofensiva”.

ge conversou com jornalistas que acompanharam todos os trabalhos de Holan desde que ele iniciou sua carreira como treinador de futebol. Foram apenas três clubes dirigidos: os argentinos Defensa y Justicia, de 2015 a 2016, Independiente, de 2017 a 2019, e o chileno Universidad Católica, em 2020.

Ariel Holan, de boné, durante sua passagem pelo Independiente — Foto: Divulgação/Independiente

Ariel Holan, de boné, durante sua passagem pelo Independiente — Foto: Divulgação/Independiente

Veja os relatos sobre Holan:

Léo Lepri, do blog Latinoamérica Fútbol Club e podcast La Pelota, é especialista em futebol sul-americano, e analisou a carreira de Holan no último episódio do podcast GE Santos.

– Foram três times que jogam de maneira diferente. Nenhum deles se parece, em relação à forma de jogar. O Defensa y Justicia era um time que ele podia montar e não tinha muitos problemas de vestiário. Todos que estavam ali estavam sedentos para conquistar espaço e conseguir uma venda futura. Era um time que jogava ofensivamente, mas não que isso seja uma característica do Holan, mas sim do Defensa.

– No Independiente, um time com mais carências e entrando na crise financeira que está hoje, já jogava de uma maneira um pouco mais conservadora até conseguir um improvável título da Sul-Americana, contra o Flamengo, no Maracanã. Ele saiu do Independiente com graves problemas de vestiário. Não se dava bem nem com a diretoria nem com os jogadores – comentou Léo Lepri.

Quem também acompanhou Ariel Holan durante a passagem pelo futebol argentino foi Favio Verona, jornalista do Olé. Ele falou mais sobre a parte tática e as características que o novo técnico do Santos busca nos elencos que comanda.

– Mostrou que tem uma ideia clara de jogo: arma equipes com vocação ofensiva, que assumem protagonismo em casa ou fora, atacam com muita gente… Busca jogadores rápidos para encontrar espaço, seja por dentro ou por fora, abrindo a defesa adversária circulando a bola. Quando ganhou a Sul-Americana, apostou muito em jogadores da base. Na segunda temporada, mudou um pouco sua metodologia de trabalho e contratou vários jogadores caros que não deram certo. No Independiente, teve um ano e meio muito bom, depois a equipe se desmembrou, perdeu intensidade. Teve problemas com alguns jogadores.

Ariel Holan comemora primeiro título da carreira de técnico, conquistado no Maracanã — Foto: Divulgação/Independiente

Ariel Holan comemora primeiro título da carreira de técnico, conquistado no Maracanã — Foto: Divulgação/Independiente

Holan chega ao Santos após conquistar o título do Campeonato Chileno pela Universidad Católica. O argentino utilizou uma cláusula de saída para rescindir seu contrato e acertar com o Peixe.

José Tomáz Fernández, jornalista do Diário AS, do Chile, seguiu de perto a trajetória de Holan. Segundo ele, o novo técnico do Santos não costuma mudar seu esquema tático preferido.

– Joga no 4-3-3 e gosta de ter o protagonismo no campo rival. Teve alguns problemas no final, a liga foi complicando, o plantel teve muitas lesões. Chama a atenção a inflexibilidade de Holan em relação ao modelo de jogo, sempre usa um 4-3-3. Um ponto a favor é que confia muito nos jogadores da base. Fez muitos garotos estrearem. Muda muito pouco o desenho tático e formações. Prefere colocar jogadores fora de posição do que mudar o esquema – declarou.

Ariel Holan, novo técnico do Santos — Foto: Reprodução

Ariel Holan, novo técnico do Santos — Foto: Reprodução

Sobre a passagem pelo Chile, Léo Lepri opinou:

– Na Universidad Católica, o Holan encontrou tranquilidade e um time consolidado, que não trocava tanto de plantel. Deu seguimento ao trabalho, não fez nada de novo, anormal. Continuou com os mesmos jogadores de sempre e foi tricampeão num título que quase escapou. A forma de jogar estava mais em um meio-termo. Ele queria propor o ataque, mas quando viu que o campeonato poderia ir por terra, preferiu segurar e recuar o time.

– Não dá para dizer que o Ariel Holan tem um estilo definido. Ele prefere ser ofensivo, mas consegue se adaptar bem com as peças que tem na mão – finalizou Lepri.

Holan chegará ao Brasil nesta semana e iniciará os trabalhos no clube. No último jogo da temporada, contra o Bahia, o auxiliar Marcelo Fernandes dirige o time. A estreia do argentino está prevista para domingo, contra o Santo André, pela primeira rodada do Campeonato Paulista.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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