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Escola denunciada por maus-tratos em SP funcionou 16 anos de forma irregular

A escola infantil Colmeia Mágica, na Zona Leste de São Paulo, alvo de denúncias de maus-tratos e tortura após a repercurssão de vídeos que mostram bebês

Escola denunciada por maus-tratos em SP funcionou 16 anos de forma irregular
Escola denunciada por maus-tratos em SP funcionou 16 anos de forma irregular

Redação Publicado em 17/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h26


A escola infantil Colmeia Mágica, na Zona Leste de São Paulo, alvo de denúncias de maus-tratos e tortura após a repercurssão de vídeos que mostram bebês amarrados, funcionou 16 anos de forma irregular.

Segundo uma nota das proprietárias do local divulgada nesta quarta-feira (16), a escola está aberta há 22 anos, mas somente em 2016 a Secretaria Municipal de Educação (SME) deu autorização para o funcionamento.

O local recebia crianças de maneira irregular e havia indícios de negligência.

Em 2010, uma bebê de três meses morreu no berçário, e, em 2014, uma mãe acusou a diretora de agredir seu filho de dois anos.

A Colmeia Mágica foi fundada em 2000 e tem como sócias Roberta Regina Rossi Serme, de 40 anos, e a irmã, Fernanda Carolina Rossi Serme, de 38 anos. A escolinha atende crianças de 0 a 5 anos, do berçário ao ensino infantil.

Pela lei, as creches e escolas particulares de educação infantil são de responsabilidade do município e precisam de autorização da pasta para funcionar. À Prefeitura cabe também a fiscalização desses estabelecimentos.

A unidade já havia sido investigada por maus-tratos em maio de 2010, quando uma menina de pouco mais de 3 meses de vida morreu após ter sofrido parada cardíaca no berçário. Na época, o laudo necroscópico apontou que a causa da morte foi “asfixia mecânica por agente físico”.

A polícia investigou o caso como “morte suspeita” e, segundo a mãe da bebê, o inquérito foi arquivado por “falta de provas”. Nesta semana, ela foi chamada para prestar depoimento novamente, após a escola virar palco de suspeitas de violência contra as crianças novamente.

Em 2014, outra mãe acusou a diretora, Roberta Serme, de agredir seu filho de 2 anos, que ficava na escolinha. As duas mulheres acabaram brigando, segundo a polícia. Já em 2017, uma adolescente de 14 anos acusou a mesma diretora por ameaça.

Segundo a Secretaria da Educação, nenhuma denúncia havia sido protocolada durante o período oficial de funcionamento da unidade, desde 2016, e agora a escola está fechada.

A Diretoria Regional de Educação abriu um processo de apuração que pode resultar na cassação da autorização de funcionamento da escola, que já foi notificada.

A Ouvidoria de Direitos Humanos também foi acionada para tomar providências e o Conselho Tutelar da região será avisado. A gestão municipal afirma que repudia “qualquer ato de violência dentro e fora do ambiente escolar”.

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G1

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