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Entrevista – Edinho Araújo diz que está em pauta a discussão sobre o futuro de Rio Preto

Por Luiz Storino

Entrevista – Edinho Araújo diz que está em pauta a discussão sobre o futuro de Rio Preto
Entrevista – Edinho Araújo diz que está em pauta a discussão sobre o futuro de Rio Preto

Redação Publicado em 31/08/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h26


Por Luiz Storino

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Edinho Araujo Deputado Federal candidato a Prefeito de Rio Preto em entrevista ao BOM DIA

Edinho Araujo Deputado Federal candidato a Prefeito de Rio Preto em entrevista ao BOM DIA

O ex-prefeito de Rio Preto tenta seu terceiro mandato a frente do município e afirma que a estação de tratamento foi a maior obra de todos os tempos e que hoje não sairia por menos de R$ 500 milhões, um terço do orçamento da cidade.

Em seu quarto mandato como deputado  Federal ,  Edinho Araújo poderia estar em uma situação cômoda em Brasília, ao lado do presidente  Michel Temer, talvez ocupando um cargo de ministro. Mas prefere tentar pela terceira vez o retorno a prefeitura de Rio Preto, onde por duas  comandou a cidade. Em mais uma eleição, Edinho que é casado, pais de três filhos e com três netos   pode fechar ou não com chave de ouro sua carreira política iniciada em Santa Fé do Sul onde na juventude foi prefeito. Ao longo da vida foi  deputado estadual, federal, ministro dos Portos até chegar a Rio Preto. Araújo é o nosso entrevistado de hoje, na série do Canal 26 da NET e Rede Bom Dia dos p em Rio Preto.

Bom Dia: Por que o senhor quer ser novamente prefeito de Rio Preto?

Edinho:  Todos nós temos uma vocação e procuramos exercê-la que é a vida pública. Não é fácil, mas temos o maior prazer . Quando nós estamos nas ruas, nos bairros em contato com o público, onde podemos melhorar as condições das pessoas não tem preço, nada se compara ao mandato do prefeito. Estamos em contato constante, podemos compartilhar das alegrias e tristezas, só o prefeito pode fazer isto constantemente. Me lembro de Juscelino, mineiro que tinha o maior prazer em ser prefeito, uma experiência única, ter este contato e o calor com o povo.

Bom Dia: Então o senhor sentia falta e necessidade deste corpo a corpo, pois o mandato de deputado e o  cargo de ministro são mais frios?

Edinho: Ser ministro foi algo honroso em servir nosso país. Estivemos em toda orla, fizemos muitas viagens  internacionais com o presidente Temer, fomos ao exterior, que serviu  para um acúmulo de experiências. Agora sinto o clamor das pessoas, volta Edinho. Você estar com 512 deputados é uma honra, mas ficar com a nossa população é uma experiência única.

Bom Dia: O senhor dizia que porto não era muito sua praia, mas não podemos esquecer  da sua experiência com  os portos de Tabuado e Santa Clara D´Oeste no rio Paraná onde o senhor ajudou a construir a ponte rodoferroviária .

Edinho: (risos) Realmente os portos servem para serem interligados e aproveitamos para fazer uma ponte. Mas estes são portos de água doce, mas falamos de portos de água salgada. Na vida sempre queremos fazer pontes e nunca muros. Pontes que nos ligam que nos unem e usamos para amizades.

Bom dia:  Quando o senhor  foi prefeito pela primeira vez em Rio Preto o senhor  era o quarto  colocado nas pesquisas e acabou vencendo em dois turnos. Como foi sua experiência  administrativa ao encontrar tantas dificuldades?

Edinho: Naquela época foi quando surgiu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Um momento difícil em 2000, quando foi votada a Lei de Responsabilidade. Nós tínhamos que colocar a casa em ordem. Os prefeitos naquele período se endividavam,  ao contrário, na nossa gestão precisamos deixar as contas equilibradas. A cidade estava desorganizada e tivemos que trabalhar duro.

Bom Dia: O senhor usava um termo comparando o orçamento a um cobertor curto. Não dava para cobrir ao mesmo tempo os pés e a cabeça. O dinheiro era escasso e não dava para fazer tudo ao mesmo tempo.

Edinho: Verdade, tínhamos que fazer contas, poupar  e gastar o dinheiro com muito rigor, além de pouco dinheiro tivemos a obrigação de cumprir a Lei de Responsabilidade.

Bom Dia :  Qual o principal problema no primeiro mandato?

Edinho: A falta d´água era terrível, muita gente não tinha água para tomar banho. O departamento estava sucateado, equipamentos ruins. As tarifas eram únicas, quem era pobre pagava pelo mesmo serviço de quem gastava mais.  Nós criamos o Semae, depois que recebemos os serviços da Novacon. A autarquia passou a funcionar e a cidade não teve mais problemas, pois colocamos técnicos lá dentro. As redes de distribuição foram interligadas, poços recuperados.  E depois tratamos o esgoto.

Bom Dia: O senhor começou a governar sem maioria, sem apoio, como conseguiu apoio político?

Tivemos problemas com o PT   que rompeu com a gente, não tínhamos maioria na Câmara, nem liderança, mas os vereadores nos apoiaram e reconheceram  que o nosso estilo de governar seria bom para a cidade. Além  disso ganhamos a confiança da população e pudemos fazer as mudanças essenciais para a cidade com o apoio do legislativo e a sociedade.

Bom Dia:  Como foi o segundo mandato ?  Geralmente o segundo mandato é pior que é o primeiro.

Edinho:  Saí  com uma ótima aprovação, 70%. Geralmente muito difícil para um prefeito, mas conseguimos.

Bom Dia: Seus adversários criticam que o senhor entregou a estação de tratamento incompleta para o seu sucessor. A estação foi entregue de que jeito ao atual prefeito Valdomiro Lopes?

Edinho: Volta e meia estou na região. O Rio Preto deságua no Turvo. Em  Américo de Campos  conversei com muitas pessoas. Me diziam que a Cachoeira São Roberto em Pontes Gestal  tem vida desde que construí a estação de tratamento. O mal  cheiro  não existe mais, peixes voltaram ao rio. Investimos metade dos recursos com dinheiro próprio, hoje não poderíamos construir uma obra como esta que não sairia  por R$ 500 milhões. Na época investimos R$ 120 milhões, temos a honra de dizer que hoje temos água com abundância e esgoto tratado. Lógico, que é preciso fazer a manutenção. Hoje cobramos que a administração faça sua parte, não só com a água mas com toda a cidade, cuide da limpeza, tape os buracos, hoje a cidade tem muito buraco.

Bom Dia: Seus opositores dizem que o senhor foi um prefeito que maquiou a cidade

Edinho: Gosto realmente de cidade limpa e sem buracos. Mas quem  desassoreou as represas, tratou o esgoto, cuidou da água, abriu avenidas, como na zona sul, ligação do Km 444 que dá acesso a Zona Norte, desativamos o cadeião de Rio Preto, o IPA foi retirado e levado com outros presídios para as margens da Br-153 na divisa com Onda Verde. Comparar os governos não tem cabimento, pois o prefeito atual não disputa mais eleições. Mas quem pegou uma cidade destruída como peguei, portanto, foram muitas ações, 618 obras concluídas, muitas encaminhadas com recursos e dinheiro  em caixa como o teatro Paulo Moura. 1200 casas no Parque da Cidadania, onde eram de madeira. Portanto, isto não é maquiagem foi trabalho duro.

Bom Dia: O senhor não vai fazer comparações das administrações?

Edinho: Vou discutir o futuro. Quero retomar a discussão da alça norte para desafogar a Washington Luiz e acabar com os acidentes. Este  projeto deixei  pronto e não foi colocado em prática pela atual gestão, talvez tenhamos  que retomá-lo. Ele é importante para quem quer alcançar Minas Gerais pela  153 e seria interligado em outro ponto da rodovia Washington Luiz. Entreguei nas mãos do atual prefeito com o meu secretário do Planejamento, não deram bola.

Bom Dia: A política é engraçada, pois acontecem fatos pitorescos. Os adversários de ontem, são os aliados de hoje. O ex-governador Magalhães Pinto, de Minas, dizia que a política é como as nuvens, cada dia tem um formato. Falo isto, pois o seu adversário Orlando Bolçone  já recebeu seu apoio e foi também seu secretário do Planejamento. Como é conviver com isto, deputado?

Edinho:  Tenho 44 anos de vida pública, disputei  11 eleições, esta será a 12ª. Prezo muito as relações, amizades precisam ser preservadas. Acho que a eleição deva ser de alto nível. Temos que interferir na vida e futuro da cidade. Nós candidatos  devemos levar a verdade, propostas, fizemos aliança e um plano de governo. Devemos fazer o dever de casa, investir na educação, programas profissionalizantes, criar e inovar com poucos recursos, pois as receitas vão cair ainda mais. Temos dois momentos, quem é o candidato, como se comporta e depois seus próximos quatro anos.

Bom Dia: Deputado como está sua situação política? O senhor pode disputar a eleição?

Edinho: Saneamos quatros situações, onde provamos que trabalhamos dentro da lei. Onde mostramos  que os recursos foram entregues e quem recebeu provou que tudo foi transparente.  Outras três estão sendo justificadas. Não tenho qualquer problema com o TCE. Outra situação é que levamos infraestrutura no Distrito Industrial Ulisses Guimarães que não tinha acesso, a maioria dos distritos industriais não tinha infraestrutura. Então fizemos uma parceria com os empresários que realizaram a obra em troca dos débitos que eles tinham  com o município. Isto foi feito com aprovação da Câmara com uma lei criada por nossa assessoria, mas o promotor entendeu que tinha que ser feita uma licitação. Ganhei a ação em Rio Preto, perdi em São Paulo e agora está em Brasília. Ficha suja é quem rouba dinheiro público, nunca fiz isto.

Bom Dia: Rio Preto é a segunda cidade melhor para se viver. Mas a saúde não está nada boa, com uma população cada vez mais necessitada.

Edinho: A população precisa de saúde, porque a doença chega. Considero importantíssimo enfrentar esta questão. Meu vice é médico, doutor Eleuses que terá a função de ajudar muito nisso. Temos que investir e planejar bem. Ninguém pode esperar por consultas, exames e tratamento, a doença não espera. Às vezes pode ser tarde.

Bom Dia: Saúde e Educação serão prioridades?

Edinho: Precisamos ter pessoas motivadas nestes dois setores. Ampliar o tempo  na escola, merenda de boa qualidade, uniformes entregues dentro do prazo ideal. Vamos investir e colocar a casa ordem.

Bom Dia: E a Rio Preto Prev que dizem que tem um déficit enorme.

Edinho: Ela foi criada para garantir o futuro dos funcionários públicos. Vamos fazer o possível para manter esta entidade funcionando com os recursos que são descontados nas folhas de pagamento de quem trabalha e também a contrapartida do município.

Deputado Federal Edinho Araujo e o Jornalista Luiz Storino

Deputado Federal Edinho Araujo e o Jornalista Luiz Storino

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